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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Polícia Civil apura suspeita de fraude em atestado que 'antecipou' doença

Delegado abriu inquérito após registro de BO, em Mogi Guaçu


Atestado entregue no dia 1º de novembro previa início do afastamento no dia 7 (Foto: Maurício Maretti)
Atestado entregue no dia 1º de novembro previa início do afastamento no dia 7 (Foto: Maurício Maretti)
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a suspeita de fraude em um atestado médico que “antecipou” a doença da funcionária de uma ótica de Mogi Guaçu (SP). De acordo com a investigação, o documento, que é do Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos, administrado pela Prefeitura, autorizava o afastamento da mulher por 15 dias a partir do dia 7 de novembro. No entanto, o envelope com o papel foi entregue na loja seis dias antes. A administração municipal disse que vai aguardar a notificação da polícia e informou que a médica atua em duas unidades de saúde da cidade, mas não confirmou que ela trabalha no hospital.
De acordo com o diretor de um grupo de empresas que administra a ótica, o atestado foi entregue na loja no dia 1º de novembro. Ele estava dentro de um envelope da Prefeitura, endereçado à funcionária. A mulher não estava no estabelecimento naquele dia porque está afastada por outro atestado. Maurício Costa Maretti afirmou que o hospital informou à ele que a médica não trabalha no local e não poderia ter emitido um atestado com o nome da unidade. Ele registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial por falsidade ideológica.
O delegado responsável pelo inquérito, Antônio Aparecido de Souza, informou por telefone ao G1que a polícia trabalha com a hipótese de fraude por conta do início do período de afastamento se tratar de uma data futura. Segundo ele, o crime de falsidade será investigado não pela possibilidade do atestado ser falso, mas sim pelo dia de início dele, que “previu que a mulher ficaria doente”.
Souza ainda informou que vai investigar se a médica realmente trabalha no Hospital Municipal e vai chamar todas as partes para depor. “Vamos investigar justamente a questão do atestado ser para o futuro, mas é claro que, em paralelo a isso, também vamos apurar se a médica que assina no atestado trabalha no hospital e se é mesmo médica. Vamos convocar todos os envolvidos para depor”, disse o delegado.
Outros atestados
Maretti afirmou que, em outubro, também recebeu outro atestado da funcionária, assinado pela mesma médica, mas dessa vez o documento era de uma Unidade Básica de Saúde do município. Segundo o diretor, no total, a mulher já entregou pelo menos dez atestados no período de um ano, cada um com um tipo de impedimento diferente para trabalhar.

Ainda de acordo com ele, a funcionária continua afastada e ainda não foi notificada pela loja sobre o boletim de ocorrência. Ele não confirmou se ela será demitida ou vai continuar na ótica.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Mogi Guaçu informou, em nota oficial, que a Secretaria de Saúde e a superintendência do Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos não “dispõem de elementos suficientes para analisar o caso neste momento e vai aguardar a notificação da Polícia Civil para tomar as medidas cabíveis”.

O Executivo ainda informou que a profissional que assina o atestado atende no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e em unidade de saúde da rede municipal de atenção básica. O G1 fez contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp-SP), mas até a públicação não obteve retorno.  fonte http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/11/policia-civil-apura-suspeita-de-fraude-em-atestado-que-antecipou-doenca.html

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