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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Empresários acusados de racha que causou duas mortes vão a júri popular

Acidente matou jogadora e técnico de futsal em São João da Boa Vista, SP.


Dois envolvidos estão soltos desde janeiro após habeas corpus do TJ-SP.


Racha entre 2 caminhonetes termina com um morto e 2 feridos (Foto: Arthur Santos/arquivo pessoal)
Racha entre 2 caminhonetes termina com um morto e 2 feridos (Foto: Arthur Santos/arquivo pessoal)
Os empresários Paulo Eduardo Noronha e André Toniza Sanches, acusados de participar de um racha que resultou em duas mortes, vão a júri popular, de acordo com a decisão da juíza Helena Furtado de Albuquerque Cavalcanti. O acidente ocorreu em 13 de julho do ano passado, em São João da Boa Vista (SP), e matou a jogadora de futsal Paloma Heloísa da Silva e o técnico José Carlos Chessa Luiz, o Foguinho.
A decisão ainda vai ser publicada no Diário Oficial e os réus podem recorrer da decisão. Ainda não há data para o julgamento. Os advogados dos suspeitos foram procurados pelo G1, mas não foram encontrados para comentar o assunto. Os acusados ficaram presos por seis meses e foram soltos após a defesa conseguir um habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em janeiro deste ano.
Entenda o caso
Vítimas de acidente após suposto racha em São João da Boa Vista (Foto: Reprodução/EPTV)
Vítimas de acidente após suposto racha em São
João da Boa Vista (Foto: Reprodução/EPTV)
O acidente aconteceu por volta das 3h do dia 13 de julho. Segundo a Polícia Civil, Paloma saía da Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial (Eapic) com a treinadora do time feminino de futsal Cristiany Borato e o técnico. Foguinho, como era conhecido, morreu na hora, e Paloma teve a morte declarada no final da tarde de sábado. A treinadora ficou ferida, mas foi socorrida e escapou da morte. Segundo a polícia, duas caminhonetes tiravam uma racha  na Rodovia Governador Ademar Pereira de Barros (SP-342), que liga Águas da Prata a São João da Boa Vista (SP), quando um dos veículos atingiu a traseira do carro em que estavam as três vítimas. O boletim de ocorrência relatou que os empresários estavam a 170 quilômetros por hora, mais que o dobro do permitido no local que é de 80 por hora.
Vídeo
Presos, os empresários foram indiciados por homicídio qualificado, embriaguez ao volante, prática de racha e lesão corporal dolosa. A dupla negou que participava de um racha no momento do acidente e sustentou a tese de que não saíram juntos de uma festa. O delegado seccional Sebastião Antônio Mayriques analisou depoimentos de testemunhas e imagens do circuito interno de uma empresa próxima ao local em que era realizada a Eapic de onde as vítimas tinham saído.

As imagens de câmeras mostraram os três entrando no carro. Pouco depois foi possível ver os comerciantes caminhando próximos um do outro. Em depoimento, eles disseram ter saído separadamente da festa. Na continuação das imagens, o carro apareceu de Foguinho já em movimento e, por fim, dois carros passaram em alta velocidade. "O conjunto probatório demonstrou que os dois estavam tirando um racha”, afirmou o delegado na ocasião.

Habeas corpus
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu no dia 23 de janeiro um habeas corpus aos empresários. Na ocasião, João Batista Augusto Júnior, um dos advogados de defesa dos empresários, as provas colhidas durante o processo foram suficientes para que a Justiça reconhecesse que os acusados podem aguardar a conclusão do caso em liberdade. “Houve uma colocação das testemunhas que afastou o racha. O processo em primeira instância corre em segredo de Justiça e essa questão me impede de entrar nos detalhes”, disse ele ao G1na época. Desde a prisão, os empresários tiveram dois habeas corpus negados pela Justiça.  http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/12/empresarios-acusados-de-racha-que-causou-duas-mortes-vao-juri-popular.html

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