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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Preço do café volta a estabilizar após baixas no mês de março

Dados do IBGE abaixaram os preços e cafeicultores dizem que intenção do órgão era conter a inflação

O preço do café voltou a subir no mercado brasileiro no mês de abril após uma queda acentuada no mês de março. Os ganhos estão se estabilizando novamente e os números só não foram mais expressivos devido ao alto valor do Dólar, uma vez que são as vendas externas de café que ajudam no crescimento das vendas internas. Mesmo assim, o mercado físico sustentou bom avanço, fazendo com que alguns produtores, que estavam insatisfeitos, voltassem a ter esperança.
A queda dos preços no mês de março pode ser justificada por uma medida tomada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) visando conter a inflação. O Instituto divulgou uma estimativa de perda de safra de apenas 1,4% para o café brasileiro, fazendo com que os preços despencassem.

A região de São João da Boa Vista é uma das grandes produtoras de café no Brasil devido ao bom clima e a altitude em que está localizada. Quem explica isso é o agrônomo Claudio D’angieri Filho, 46, especialista no assunto. “Nossa região é muito propícia, por isso produzimos um excelente café. Altitudes acima de 1.200m são boas para se ter um bom café devido ao excelente clima”, diz.

Claudio explica ainda, que por se tratar de uma região montanhosa, os gastos dos produtores acabam sendo maiores. “Estamos numa região montanhosa, dessa forma o produtor não consegue mecanizar sua lavoura, ele precisa gastar com mão de obra. Hoje em dia a fiscalização tem apertado muito nossos produtores e ai eles acabam gastando mais para manterem suas lavouras”, fala.

De acordo com Cláudio, os produtores da região de São João gastam entre R$ 360,00 e R$ 390,00 numa saca de café, mas devido ao período de falta de chuvas no final de 2013 os preços para comercialização caíram muito, chegando à faixa de R$ 270,00 causando prejuízos e preocupações aos produtores. “O Café tem um ciclo: São quatro anos com preço bom e outros quatro com preços ruins. Hoje em dia existem empresas que monopolizam o mercado cafeeiro. Com o período da falta de chuva os produtores estavam amargando preços baixíssimos nas vendas, algo em torno de R$ 270,00. Os prejuízos eram enormes, mas após janeiro a coisa deu uma melhorada e os preços subiram, chegando a uma média de R$ 470,00”, afirma.

Após esse excelente período e a crescente no preço das vendas, o IBGE divulgou a estimativa de perda de safra de apenas 1,4% para o café brasileiro, fazendo com que os preços despencassem, irritando assim os produtores. “O IBGE queria evitar a inflação e praticamente abaixou o preço do café. Em um dia o preço da saca chegou a cair R$ 60,00. Os produtores ficaram muito bravos, porque aquele estava sendo o momento de recuperar as perdas do final de 2013 e início de 2014”, completou Claudio. Agora, até a metade de abril os valores estão em alta novamente, chegando à casa de R$ 440,00 a saca.

Especialista dá dicas para melhora do café da região
Ao contrário do que muitos pensam, o café vendido no Brasil é de qualidade inferior ao exportado a outros países. Existem dois tipos de café consumíveis, o Coffee Arábica (mais saboroso) e o Coffee Robusta (custo menor e maior durabilidade, já que é moído mais vezes). Para venda interna estão misturando os dois, tendo assim mais economia.

A região de São João é grande produtora de café e muitas cidades se destacam no ramo, como Espírito Santo do Pinhal, Caconde, São Sebastião da Grama, dentre outras. Por estarmos numa região mais montanhosa os gastos na lavoura são maiores com a mão de obra, diferente, por exemplo, dos produtores do Oeste da Bahia que têm suas plantações em área plana, podendo assim mecanizar suas lavouras.

Enquanto a saca de café é vendida por R$ 360,00 em nossa região, no Oeste da Bahia é vendida por R$ 280,00. Dessa forma agrônomo Claudio D’angieri Filho dá uma dica aos produtores regionais. “O caminho é tentar fazer um café especial e diferenciado. O custo vai ser mais alto, mas teremos um produto de grande qualidade. Precisamos ter um produto maior, se não podemos ter o maior, temos que ter o melhor”.   fonte: O Município

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