Hospital faz triagem de interessados em operação de redução de estômago.
Fila de pessoas para triagem bariátrica no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (Foto: Sávio Monteiro/EPTV) |
Mais de mil pessoas interessadas em realizar cirurgia bariátrica, conhecida como cirurgia de redução de estômago, formaram longas filas na manhã desta quarta-feira (12) no Ginásio Multidisciplinar da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP), para realizar o procedimento de graça no Hospital de Clínicas (HC).
Até as 9h30, a estimativa era de que pouco mais de 1 mil pessoas já haviam procurado o Programa Multidisciplinar de Cirurgia Bariátrica, mas pacientes ainda chegavam no ginásio. Os candidatos têm até o meio-dia para se inscreverem. A expectativa é de que 1,2 mil pacientes sejam atendidos. O HC da Unicamp recebe só nesta quarta-feira as inscrições. Três equipes trabalham no atendimento dos interessados.
Depois das medições de peso e altura, além de cálculo do IMC e anotação de dados pessoais, os candidatos deverão aguardar para assistir a uma palestra que explicará o processo e orientará os pacientes. A escolha dos pacientes não é feita por sorteio, segundo o hospital. É um cadastro realizado somente no local de pessoas com obesidade mórbida, podendo ter outra doenças associadas. Quem já está cadastrado no sistema do HC da Unicamp não precisa fazer o registro novamente.
Os pacientes selecionados farão parte do grupo pré-operatório e passarão pela preparação antes do procedimento. Serão selecionadas as pessoas que tiverem o Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 40 ou maior que 35 no caso de pacientes com doenças graves associadas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, síndrome metabólica e apnéia do sono.
Três equipes trabalham no atendimento dos interessados. Depois das medições de peso e altura, além de cálculo do IMC e anotação de dados pessoais, os candidatos deverão aguardar para assistir a uma palestra que explicará o processo e orientará os pacientes. Um levantamento do HC aponta que 20% dos pacientes interessados não conseguem alcançar a meta para perder peso e continuam na fila. No fim de ano, por causa das festas, e no inverno, o índice sobe para 30%. O banco de dados do hospital possui dois mil cadastros atualmente.
A equipe de gastrologia tem como objetivo desenvolver iniciativas que permitam à população de Campinas e região terem uma chance mais pontual de combater a obesidade mórbida. "Muitas pessoas acreditam que a obesidade mórbida é uma questão de estética, e infelizmente não é. A obesidade mórbida é uma doença crônica e inflamatória, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que causa outras doenças associadas e que, se não for tratada, pode levar a morte", explica o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim.
Quem pode operar
Os pacientes interessados em fazer a cirurgia bariátrica deve ter no mínimo 16 anos. O procedimento não é indicado para pessoas com sobrepeso, e sim indicado estritamente para obesos mórbidos. Segundo o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim, o motivo é que a literatura demonstrou que, em longo prazo, pode ocorrer uma redução na expectativa de vida do indivíduo, de aproximadamente 15 anos.
Além disso, os médicos observaram que para o paciente com sobrepeso não existe benefício que justifique a cirurgia. Pelo contrário, ele vai enfrentará riscos. O tratamento cirúrgico é a última opção.
Volta ao peso antigo
Cerca de 10% dos pacientes que se submetem à cirurgia bariátrica voltam ao peso que tinham antes do procedimento, sendo que 2% retornam a ter obesidade mórbida. De acordo com o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim, a causa é falta de preparo psicológico e dificuldade de introdução de atividade física como um hábito de vida, como é recomendado pela equipe médica. Os pacientes devem passar por um acompanhamento médico pelo resto de suas vidas, porque precisam fazer reposição de vitaminas e carecem ainda de acompanhamento psicológico e nutricional.
Riscos
Em curto prazo, podem ocorrer sangramentos, tromboembolismo pulmonar e infecções. A longo prazo, pode haver desnutrição, anemia e o aparecimento de novas compulsões. É o caso de pacientes que passam a ingerir uma grande quantidade de leite condensado, achocolatados, refrigerantes e bebidas alcoólicas. fonte: G1/Campinas
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