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quarta-feira, 12 de março de 2014

Mais de 1 mil pessoas fazem fila por cirurgia bariátrica no HC da Unicamp

Hospital faz triagem de interessados em operação de redução de estômago.


Fila de pessoas para triagem bariátrica no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (Foto: Sávio Monteiro/EPTV)
Fila de pessoas para triagem bariátrica no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (Foto: Sávio Monteiro/EPTV)
Mais de mil pessoas interessadas em realizar cirurgia bariátrica, conhecida como cirurgia de redução de estômago, formaram longas filas na manhã desta quarta-feira (12) no Ginásio Multidisciplinar da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP), para realizar o procedimento de graça no Hospital de Clínicas (HC).
Até as 9h30, a estimativa era de que pouco mais de 1 mil pessoas já haviam procurado o Programa Multidisciplinar de Cirurgia Bariátrica, mas pacientes ainda chegavam no ginásio. Os candidatos têm até o meio-dia para se inscreverem.  A expectativa é de que 1,2 mil pacientes sejam atendidos. O HC da Unicamp recebe só nesta quarta-feira as inscrições. Três equipes trabalham no atendimento dos interessados.
Depois das medições de peso e altura, além de cálculo do IMC e anotação de dados pessoais, os candidatos deverão aguardar para assistir a uma palestra que explicará o processo e orientará os pacientes. A escolha dos pacientes não é feita por sorteio, segundo o hospital. É um cadastro realizado somente no local de pessoas com obesidade mórbida, podendo ter outra doenças associadas. Quem já está cadastrado no sistema do HC da Unicamp não precisa fazer o registro novamente.
Os pacientes selecionados farão parte do grupo pré-operatório e passarão pela preparação antes do procedimento. Serão selecionadas as pessoas que tiverem o Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 40 ou maior que 35 no caso de pacientes com doenças graves associadas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, síndrome metabólica e apnéia do sono.
Três equipes trabalham no atendimento dos interessados. Depois das medições de peso e altura, além de cálculo do IMC e anotação de dados pessoais, os candidatos deverão aguardar para assistir a uma palestra que explicará o processo e orientará os pacientes. Um levantamento do HC aponta que 20% dos pacientes interessados não conseguem alcançar a meta para perder peso e continuam na fila. No fim de ano, por causa das festas, e no inverno, o índice sobe para 30%. O banco de dados do hospital possui dois mil cadastros atualmente.
Mulher interessada em fazer cirurgia de redução de estômago no Hospital de Clínicas (HC) passa por triagem em ginásio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP) (Foto: Marcello Carvalho/G1 Campinas)
Mulher interessada em fazer cirurgia passa por
triagem na Unicamp (Foto: Marcello Carvalho/G1)
A equipe de gastrologia tem como objetivo desenvolver iniciativas que permitam à população de Campinas e região terem uma chance mais pontual de combater a obesidade mórbida. "Muitas pessoas acreditam que a obesidade mórbida é uma questão de estética, e infelizmente não é. A obesidade mórbida é uma doença crônica e inflamatória, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que causa outras doenças associadas e que, se não for tratada, pode levar a morte", explica o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim.
Quem pode operar
Os pacientes interessados em fazer a cirurgia bariátrica deve ter no mínimo 16 anos. O procedimento não é indicado para pessoas com sobrepeso, e sim indicado estritamente para obesos mórbidos. Segundo o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim, o motivo é que a literatura demonstrou que, em longo prazo, pode ocorrer uma redução na expectativa de vida do indivíduo, de aproximadamente 15 anos.

Além disso, os médicos observaram que para o paciente com sobrepeso não existe benefício que justifique a cirurgia. Pelo contrário, ele vai enfrentará riscos. O tratamento cirúrgico é a última opção.
Volta ao peso antigo
Cerca de 10% dos pacientes que se submetem à cirurgia bariátrica voltam ao peso que tinham antes do procedimento, sendo que 2% retornam a ter obesidade mórbida. De acordo com o gastrocirurgião Elinton Adami Chaim, a causa é falta de preparo psicológico e dificuldade de introdução de atividade física como um hábito de vida, como é recomendado pela equipe médica. Os pacientes devem passar por um acompanhamento médico pelo resto de suas vidas, porque precisam fazer reposição de vitaminas e carecem ainda de acompanhamento psicológico e nutricional.

Riscos
Em curto prazo, podem ocorrer sangramentos, tromboembolismo pulmonar e infecções. A longo prazo, pode haver desnutrição, anemia e o aparecimento de novas compulsões. É o caso de pacientes que passam a ingerir uma grande quantidade de leite condensado, achocolatados, refrigerantes e bebidas alcoólicas. fonte: G1/Campinas

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