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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Alimentação de macacos gera polêmica em Águas da Prata

Vigilância Sanitária coíbe a prática no Bosque Estadual, mas turistas continuam oferecendo mesa farta aos bichos

Francesca, Mellany, Paraíba, Cravinho, Florzinha e Ted formam apenas uma parte de um bando de cerca de 30 macacos, que vive no bosque estadual de Águas da Prata. A “turminha” ganhou nome e muito carinho da comerciante Amanda Rocha Cardoso, que trabalha em uma pastelaria, há 14 anos, e estabeleceu uma estreita relação de amizade com os animais, providenciando até frutas, diariamente, para os bichos. 

Astutos, os macaquinhos se tornaram figuras frequentes nas proximidades de sua barraca, fato que incomodou um denunciante, que procurou a Vigilância Sanitária. O órgão público teria proibido a comerciante de alimentar os macacos, mas são os turistas que continuam contribuindo, e muito, para uma dieta desordenada, que inclui alimentos extremamente calóricos, que podem causar doenças nas atrações do bosque.

RELAÇÃO FAMILIAR

Quem chega à pastelaria de Amanda Cardoso, logo vê que a jovem é fã dos macacos que circulam pelo bosque de Águas da Prata. Desde que se estabeleceu na estância hidromineral, a comerciante “adotou” os bichos e passou a comprar frutas para oferecer ao bando, retratado em várias fotos que enfeitam seu quiosque.

A oferta de alimentos gerou ainda mais proximidade e a lojista passou a dar nomes aos moradores da floresta. O contato direto entre os macacos e Amanda acabou gerando um problema: após uma denúncia, a Vigilância Sanitária esteve no meu estabelecimento. Agora Amanda está proibida de tratar dos macacos. Segundo a comerciante, sua iniciativa em oferecer frutas aos macacos, visava protegê-los da dieta irregular, abundante entre turistas. 

Diariamente, os visitantes oferecem um cardápio variado aos animais, com iguarias super calóricas: pamonha, bolo de milho e chocolates são apenas alguns dos itens que acabam nas mãos dos bichos que, de acordo com a dona do quiosque, já sofrem de cáries e diabetes. Pombos e cães também são alimentados pelos viajantes.

 PROIBIÇÃO LEGAL

A proibição de alimentar os animais silvestres não é recente. Uma lei estadual de 2005, que introduziu o Código de Proteção aos Animais em São Paulo, veda a interferência humana no habitat natural das espécies. Quem gosta de alimentar os macacos, porém, justifica seu ato argumentando uma escassez de alimentos na mata, principalmente no inverno. 

"Depois que fomos proibidos de alimentá-los pela Vigilância Sanitária, várias vezes eles entraram nas lixeiras para procurar comida”, ressaltou Amanda, que recebeu a determinação ainda no ano passado. Ela disse que, se desobedecer à ordem, pode ser multada. Por outro lado, há quem apoie a determinação do poder público: “Os macacos não podem circular em um local que serve alimentos. Isso pode transmitir doenças”, acredita Olavo Benedito, turista de Uberaba. (O Município/Hediene Zara)

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