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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

São João já registrou 463 casos de lesão corporal dolosa em 2013

O último relatório mensal da Secretaria de Segurança Pública (SSP), do Estado de São Paulo, apontou que, em 2013, 463 casos de lesão corporal dolosa (com intenção) ocorreram em São João entre 1º de janeiro e 30 de novembro. Lesões essas, que, na maioria, são resultados de violência doméstica. A maioria dessas ocorrências, de acordo com autoridades policiais, são problemas não resolvidos dentro de casa que vão parar no Plantão Policial e viram casos de polícia.

NO NATAL
Novos casos de violência doméstica ocorreram na cidade no dia de Natal, na última quarta-feira (25). O primeiro dos casos aconteceu por volta das 13h30, no bairro Jardim Cledirna, quando uma mulher de 37 anos foi desejar feliz Natal ao tio dela. Neste momento, o companheiro da vítima, de 64 anos, levantou-se e começou a xingá-la de diversos nomes. O companheiro, inclusive, pegou o celular da mulher e o arremessou contra a parede. Após isso, ele segurou a companheira pelo braço e também pelo pescoço. Vendo a cena, o tio conseguiu intervir e a mulher saiu correndo da casa. O agressor, no entanto, não parou e chegou a pegar uma faca, porém, a vítima correu para fora da casa e acionou a Polícia Militar. Depois do ocorrido, a mulher foi orientada quanto ao prazo de seis meses para entrar com uma representação contra o companheiro.

FIM DE NAMORO
Pouco depois do primeiro caso de violência doméstica ocorrer, outro caso deste tipo aconteceu, por volta das 14h, no Recanto dos Pássaros. Neste caso, a situação ocorreu devido a uma discussão por conta de uma quantia de R$ 150. Conforme consta no boletim de ocorrência, o fato se arrastava desde o dia 23, quando um rapaz de 25 anos e uma garota da mesma idade estavam na avenida Dona Gertrudes. A mulher alegou que o jovem bebia muito e, por isso, retirou da carteira dele a quantia, mas devolveu posteriormente o valor. No entanto, ao saber disso, o rapaz acabou discutindo com ela e terminou o namoro.

Com isso, no dia de Natal, o jovem voltou à casa dela e começou a xingá-la. Ela disse também que ele chegou a entrar na residência dela, desferir socos contra a cabeça dela e a queimar roupas que a pertenciam.

Com a chegada da Polícia Militar, a mulher disse que não queria que o rapaz fosse preso pelo ocorrido, mas gostaria de requerer medidas preventivas à Lei Maria da Penha. O rapaz, por sua vez, disse que a mulher havia pegado a quantia da carteira dele, mas que como ela não havia devolvido, ele foi até a casa dela para tentar reaver o dinheiro. O homem negou que havia agredido a mulher e, questionado pelos policiais quanto à roupa que teria queimado, ele alegou que a própria garota teria feito isso.

ÁLCOOL
O último dos casos de violência doméstica no dia de Natal aconteceu no Jardim América do Sul, às 18h. A vítima, de 43 anos, alegou que o namorado, de 50, estava alcoolizado e, devido a isso, eles se desentenderam, sendo que  ela disse a ele que iria embora. Neste momento, ela relatou no Boletim de Ocorrência que o companheiro desferiu chutes contra ela e chegou a atirar uma pedra, que teria atingido o braço esquerdo dela e o quebrado. A lesão no braço foi contatada no Pronto Socorro, após ela conseguir fugir da casa e correr até a esquina, quando uma desconhecida a socorreu e a levou até à residência dela, antes de a levarem para a unidade de saúde.

Resultado de violência doméstica pode ser trágico
O resultado dessas situações pode ser trágico e, em São João, esses fatos já resultaram em homicídios consumados. As maiores vítimas desse tipo de situação são mulheres, segundo dados do Mapa da Violência 2013, que apontou uma mulher agredida a cada cinco minutos no Brasil. Em 70% dos casos o agressor é o companheiro ou o cônjuge. Fato desse tipo, por exemplo, ocorreu em São João, após o marido ter tentado matar a mulher com um tiro. Na oportunidade a arma falhou e, depois diversas investigações policiais, o esposo foi preso pela Polícia Civil no mês passado de forma preventiva.

Além dos casos em que o próprio marido ou mesmo o companheiro agride a mulher, o delegado Fabiano lembrou situações em que até o próprio filho agride a mãe, assim como genros que cometem algum tipo de violência contra a sogra. Casos desses também ocorreram em São João e resultaram em homicídios. Em outubro, o filho matou a própria mãe com 12 facadas. Da mesma maneira, em maio, o genro assassinou a sogra com cinco golpes de faca. Em ambas as situações os agressores também foram parar atrás das grades. (Franco Junior/O Município)

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