Profissionais querem um reajuste de 134,1% nos plantões a distância.
Gestantes estão preocupadas e não sabem onde farão os partos.
A falta de atendimento há cinco dias na maternidade de Vargem Grande do Sul (SP) está preocupando as gestantes da cidade, que estão sem saber onde farão os partos. Segundo a Prefeitura, os médicos querem um reajuste de 134,1% no valor pago pelos plantões a distância. As grávidas deverão ser atendidas em hospitais da região. Uma reunião foi feita nesta terça-feira (5) entre profissionais, diretores do hospital e o prefeito Celso Itaroti, mas terminou sem solução.
Drama
Uma adolescente de 16 anos, que está grávida de nove meses e três dias, já deveria ter feito o parto. Ela sente fortes dores na barriga e, apesar do médico ter marcado a cesárea, ela não conseguiu atendimento na maternidade de Vargem Grande do Sul. “Eu estou numa aflição, numa angústia, porque eu sei que aqui está fechado. Eles não dão encaminhamento para algum lugar. Eles falam para esperar e eu vou esperar até quando”, disse.
A dona de casa Daiane de Jesus Gimenez vive o mesmo drama. Ela também está grávida de nove meses, mas, mesmo após esperar por 10 horas, não conseguiu fazer o parto. “Falaram que ia ter que transferir para Pinhal, porque a maternidade estava fechada. Só que nenhum médico tinha autorização para assinar a transferência”, afirmou.
Indignado, o marido dela, o torneiro mecânico Adriano Bortolucci, saiu do hospital e foi denunciar o caso. Segundo ele, a preocupação é maior porque o caso de Daiane é delicado. “O médico não vai assinar a transferência delas e nós vamos ter que ir atrás de polícia, no fórum e ver o que eles podem fazer. Até a gente colocar ela no carro e levar para Pinhal. Mas não adianta chegar lá sem a transferência porque eles não vão internar também”, reclamou.
Funcionamento
A reportagem do Jornal da EPTV foi até o hospital, mas ninguém soube informar se a maternidade, que tem 12 leitos e faz uma média de 40 partos por mês, está funcionando. O prefeito confirmou que a maternidade está fechada. “Enquanto isso, estamos transferindo para as cidades da região. Essas cesáreas vão esperar o momento exato, para que possa ir e ser feita. Mas não vai ser marcada como foi anteriormente”, disse Itaroti. Ele explicou que os médicos querem um reajuste no salário. ”Hoje paga R$ 427 por plantão a distância e eles estão querendo R$ 1 mil”, explicou.
Uma reunião de mais de duas horas no prédio da Prefeitura, reuniu médicos, diretores do hospital e o prefeito. O provedor do hospital de caridade Jair Gabricho, saiu pela porta do fundo e não quis dar entrevista. Uma nova reunião entre médicos e diretoria foi marcada para a manhã desta quarta-feira (5). (G1/São Carlos e região)
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