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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Justiça ouve oito testemunhas de suposto racha que matou 2 pessoas em São João

Acidente matou jogadora e técnico de futsal em julho deste ano. 


Dois empresários estão presos e tiveram habeas corpus negados.


Amigos e parentes da jogadora de futsal Paloma Heloísa da Silva e do técnico José Carlos Chessa Luiz, o Foguinho, compareceram nesta terça-feira (26) ao Fórum de São João da Boa Vista (SP) com cartazes e faixas pedindo Justiça na primeira audiência que apura as circunstâncias do acidente que provocou a morte dos dois, em julho deste ano. Dois empresários estão presos, suspeitos de fazer um racha no momento do acidente.

Até as 20h30, testemunhas ainda prestavam depoimento sobre o caso. Na audiência estavam previstos depoimentos de oito testemunhas de acusação que presenciaram o acidente ou ajudaram a socorrer as vítimas e de 16 testemunhas de defesa. Depois disso, a juíza responsável pelo caso deve estabelecer um prazo para os advogados se manifestarem para decidir se haverá ou não júri popular.

A treinadora Cristiany Boratto saiu emocionada do depoimento, após ficar cara a cara com os suspeitos. “Deu uma raiva, angústia, de saber que eles levaram duas pessoas especiais e acho que quem está errado tem que pagar pelo que fez”, disse. Ela é a única sobrevivente que estava no carro de Foguinho no momento do acidente e fraturou duas vértebras. “A cena que não sai da minha cabeça é o Foguinho no meu colo caído e eu mexendo com ele e ele não respondendo e eu chamando a Paloma sem conseguir me virar para vê-la”, contou.



Os suspeitos chegaram escoltados pela polícia e familiares e amigos demonstraram apoio. O agricultor Carlos Ferraz estava com eles na festa e confirma que todos beberam naquela noite. “Eu não acredito na situação racha, acredito que eram dois amigos que saíram de uma festa em que todo mundo bebeu”, disse. A defesa não quis se pronunciar sobre a audiência.

Recordações
A jogadora de futsal (no centro) ao lado do técnico Foguinho (Foto: arquivo pessoal)
A jogadora de futsal (no centro) ao lado do técnico
Foguinho (Foto: Arquivo Pessoal)

O filho de Foguinho, Luiz Chessa, preferiu não ir ao Fórum e preferiu ficar em casa, com os troféus do pai, que trazem recordações. “Era uma amigo, parceirão, tudo que precisava podia contar porque ele fazia de tudo para ajudar”, disse. A tragédia abalou toda a família. “São João inteiro está mal com o que aconteceu, mas com certeza isso vai virar ao nosso favor”, disse.



Nas imagens divulgadas pela polícia, Foguinho, Paloma e Cristiany vão embora do local onde acontecia a Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial (Eapic). Depois de 17 minutos os empresários aparecem no vídeo. André Tonizza Sanches desce primeiro e Paulo Noronha vem em seguida. Depois é possível ver as duas caminhonetes em alta velocidade. Uma delas bateu no carro de Foguinho. Os dois estão presos desde junho e tiveram dois pedidos de habeas corpus negados pela Justiça.

O acidente

O acidente aconteceu por volta das 3h do dia 13 de julho. Segundo a Polícia Civil, Paloma Heloísa da Silva Reis saía da Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial (Eapic) com a treinadora do time feminino de futsal Cristiany Borato e o técnico José Carlos Cessa Luiz. Foguinho, como era conhecido, morreu na hora, e Paloma teve a morte declarada no final da tarde de sábado.



Segundo a Polícia Civil, duas caminhonetes tiravam uma racha na rodovia sentido São João, quando uma delas atingiu a traseira do carro em que estavam Paloma, Foguinho e Cristiany. Segundo o boletim de ocorrência, eles estavam a 170 quilômetros por hora, mais que o dobro do permitido no local que é de 80 por hora. Eles foram indiciados por homicídio qualificado, embriaguez ao volante, prática de racha e lesão corporal dolosa. (G1/São Carlos e região)

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