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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Trânsito caótico é desafio em São João

Arquiteta e Urbanista dá dicas para uma melhor mobilidade urbana

São João da Boa Vista tem 66.398 veículos registrados no Setor de Trânsito (Setran). Esse número, comparado ao de habitantes da cidade, que segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 87.912, aponta uma média de 0,75 veículo por pessoa.
Essa quantidade de veículos em São João reflete diretamente no trânsito. Diversos motoristas reclamam que, a cada ano, a dificuldade de trafegar pela cidade aumenta, principalmente em horários de pico, fato que leva um condutor que está, por exemplo, no Centro, levar até mais de meia hora para chegar a destinos como os bairros do DER, os da Vila Brasil, os da Vila Valentin, entre outros. Em contato com o responsável pelo Setran, Ronaldo Luiz, ele apontou que a grande dificuldade dos motoristas ocorre em horários de pico, principalmente entre às 17h até por volta de 18h30. Segundo ele, isso se deve ao aumento de fluxo de veículos, que ocorre quando a maioria das pessoas sai do serviço para voltar às respectivas residências. 
 
“A gente nota que nesses horários o trânsito realmente é complicado, mas isso ocorre nas principais vias da cidade. No entanto, a demora média é de no máximo 25 minutos no trânsito e em outros horários, não há demora e o trânsito flui normalmente”, relata. 
 
PÓLO REGIONAL
Em São João da Boa Vista estão localizados polos regionais de assessorias públicas, de serviços de apoio à micro e pequenas empresas, sedes de órgãos de segurança, assim como estão situadas diversas empresas no Distrito Industrial. Exemplos disso são as sedes do INSS (Instituto Nacional Seguro Social) e a do Sebrae, além do Batalhão do 24º Batalhão de Polícia Militar e a Delegacia Seccional.
 
Ronaldo Luiz aponta que o fato de essas sedes estarem instaladas na cidade, faz com que a quantidade de veículos aumente e contribua para os  congestionamentos em horários de pico.
“São João é uma cidade regional o que faz o tráfego de veículos ser ainda maior. Calculamos que o número de veículos em São João aumente significantemente por conta disso, pois muitas pessoas de fora vêm até a cidade com destino a esses órgãos”, descreveu. 
 
Alternativas para pedestres poderiam amenizar trânsito
Uma alternativa que a arquiteta e urbanista Joana Conti aponta para que o problema de congestionamentos no trânsito se amenize é um melhoramento no transporte público da cidade, além de melhores condições para que os pedestres possam transitar. De acordo com ela, a maioria das pessoas acaba escolhendo se locomover para o serviço de carro ou de moto, por conta de o transporte público não ter a agilidade que deveria e as vias de São João não permitirem a locomoção, com segurança, de bicicleta. 
 
“A maioria das linhas de ônibus tem previstos trajetos entre 40 e 75 minutos e conectam poucos pontos da cidade ao Centro apenas. Por isso também a opção das pessoas é pelo carro. Outra seria de bicicleta ou a pé, mas as ciclovias são poucas, desconectadas e as calçadas em péssimo estado, o que limita a alternativa de transporte do sanjoanense. Afinal, a cidade é para as pessoas ou para os carros?”, questiona. Joana aponta também que São João não prioriza os pedestres, o que leva ao grande número de carros pelas ruas da cidade. Uma alternativa que ela sugere é o incentivo de se caminhar ao local de destino, que pode começar com as crianças ao irem para a escola. Com o acompanhamento de um instrutor responsável ela diz acreditar que essa seria uma saída. (O Município/Franco Júnior)
 
“Se as crianças fossem em grupos a pé para as escolas, qual seria a diferença imediata?”, alega. A urbanista salienta que a construção de calçadões em alguns pontos da cidade,  como a Ademar de Barros, poderia fazer com que, além de incentivar a população a se locomover mais a pé, fossem criados espaços mais agradáveis na cidade para o crescimento do turismo, assim como o do comércio.

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