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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Revolução de 32 - Professora de São João da Boa Vista pegou em armas e perdeu trabalho.

Quartel virou ruína e memórias do confronto na região estão em risco.


Maria Sguassábia lutou na Revolução de 32 e prendeu um tenente mineiro (Foto: Reprodução/EPTV)
Maria Sguassábia lutou na Revolução e prendeu
um tenente mineiro (Foto: Reprodução/EPTV)
Há 83 anos, os paulistas pegavam em armas para exigir do presidente Getúlio Vargas uma Constituição. A região de divisa com Minas Gerais foi palco de várias batalhas, mas não preservou os materiais relacionados à participação na Revolução. Graças a historiadores e familiares de soldados, porém, é possível recuperar memórias e ter a dimensão da coragem dos homens e mulheres que lutaram nesses locais em 1932. Uma das combatentes foi Maria Sguassábia, a Maria Espingarda, heroína de São João da Boa Vista que foi para a linha de frente nos confrontos.

“Ela também ajudava a lavar a farda do irmão, e ela viu quando um dos soldados deixou, jogou a arma e desertou. E ela então foi, pegou a arma, vestiu a farda do irmão e se juntou aos soldados”, afirmou a aposentada Therezinha Sguassábia, sobrinha de Maria.
Ela lembrou também que a tia fez história ao prender um tenente mineiro. “Quando ela tirou o capacete, o quepe, e ele viu que ela tinha um cabelo comprido, ele falou ‘Meu Deus, eu fui preso por uma mulher’”, contou. “Temos muito orgulho da história dela, da história da nossa família, de outros combatentes também terem feito tão bonito por São Paulo”, completou a professora Ana Laura Sguassábia.
O pai da aposentada Neyde de Lima Santos Corbelli também lutou, entrou em batalha em Vargem Grande do Sul, e ela conviveu com Maria Espingarda, que se tornou inspetora de alunos após 32. “Nós perdemos a Revolução e o chefe do outro lado soube que era uma mulher e que era professora, pegou e tirou ela do cargo. Quer dizer, uma arbitrariedade terrível”, lamentou Neyde. “Era mulher verdade, mulher herói e de grande audácia”, elogiou.
Abandono
Hotel que servia de quartel aos paulistas em 1932 está abandonado (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
Hotel que servia de quartel aos paulistas em
32 está abandonado (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
O quartel da tropa na região era o Hotel São Paulo, em Águas da Prata, um prédio amplo e imponente que, abandonado há anos, virou abrigo para moradores de rua. Parte do teto desabou e as portas e janelas estão perdendo os vidros. Sem qualquer placa que mencione o passado do espaço, quem passa pela área nem imagina a importância da estrutura para a luta dos paulistas.

“Estratégias todas da revolução, os ataques e contra-ataques, foram decididos neste local, então é um ponto da mais alta importância e não ficou nenhum registro, não tem uma placa, não tem um monumento, não se tem nada contando a importância que teve para a história não só de São Paulo, para a história do Brasil”, criticou a historiadora Neusa Menezes, que escreveu um livro sobre a luta. A pedido do Governo de São Paulo na época, outro hotel da cidade virou um hospital para os feridos em combate. Nele também não há nenhuma menção à Revolução.   leia mais na fonte http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/07/revolucao-de-32-mobilizou-homens-e-mulheres-como-maria-espingarda.html

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