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terça-feira, 30 de julho de 2013

Mecanização da colheita da batata deve deixar 300 desempregados em Vargem Grande do Sul

Região de Vargem Grande do Sul já está com cinco máquinas no campo.


Com facilidade para ter crédito, produtores investem mais em tecnologia.


A mecanização do campo na colheita de batata deve reduzir em 25% a contratação de  trabalhadores neste ano na região de Vargem Grande do Sul (SP), deixando cerca de 300 pessoas desempregadas, segundo estimativa da Associação dos Bataticultores. A facilidade para conseguir crédito faz com que os produtores invistam mais na tecnologia, o que pode diminuir ainda mais as vagas na colheita. Para o sindicato dos trabalhadores rurais, a profissão dos colhedores de batata está com os dias contados. “Quem trabalha hoje com a batata vai ter que pensar no futuro, porque não vai ter espaço para eles”, afirmou o secretário do sindicato Gilson Donizete.
Substituição

A justificativa é o investimento em tecnologia. Uma colheitadeira, por exemplo, pode substituir o trabalho de 80 pessoas. “Ela arranca a batata e já faz a separação, elimina a terra e fazendo uma pré-classificação, já mandando para armazenamento ou para venda comercial”, afirmou o consultor de vendas Jesiel Costa. No Brasil, já foram importadas mais de 30 máquinas, sendo que cinco delas já estão na região. “Acredito que a proporção para esse ano é de umas 10 máquinas e, para o ano seguinte, umas 15”, afirmou Costa.

Mecanização da colheita da batata em Vargem Grande do Sul deve reduzir vagas de emprego (Foto: Oscar Herculano Jr./EPTV)Região já tem cinco máquinas substituindo
trabalhadores (Foto: Oscar Herculano Jr./EPTV)
Por enquanto, o investimento é para grandes produtores que tenham, pelo menos, 350 hectares plantados. “Em um ano, ele deixa de pagar para os trabalhadores algo em torno de R$ 500 mil, além de recolhimento para a previdência, de imposto de renda retido na fonte”, destacou o secretário da Associação dos Bataticultores, Lenoir dos Santos. O administrador Eduardo Falcão Costa comprou a colheitadeira no ano passado e reduziu de 100 para 30 o número de funcionários na propriedade. Essa será a segunda safra com colheita mecanizada. “A partir de julho do ano passado a gente investiu na colheita mecanizada e até agora 100% de sucesso. Já retornou a máquina em menos de um ano”, destacou.
Facilidade de crédito
O que favorece a venda dos equipamentos e a facilidade em conseguir crédito, com pagamentos a longo prazo. “As opções são maiores e as linhas de crédito que o governo disponibiliza estão maiores, com juros mais acessíveis. Então vários produtores estão buscando a mecanização”, afirmou o presidente da Cooperbatata Regis Dotta. Para a Associação dos Bataticultores, a cidade vai sentir o impacto da mecanização em breve. “Esse dinheiro que ia para o trabalhador e ia chegar no comércio, acaba não chegando. Nós somos uma cidade agrícola”, disse Santos. Os pequenos e médios produtores já pensam em saídas para acompanhar a tendência no campo. “Quem tem uma menor produção, teria que fazer um investimento com outros produtores para adquirir uma máquina dessa”, afirmou o produtor rural Júlio Cesar Gomes.
Alternativas aos trabalhadores

De acordo com a Prefeitura de Vargem Grande do Sul, o posto de atendimento ao trabalhador mantém parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para cursos destinados ao trabalhador. Além disso, está sendo firmado um convênio com os Ministérios do Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário para capacitar pequenos produtores.(portal G1 São Carlos e Araraquara)

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