Mãe pode segurar a filha após criança ser resgatada (Foto: Reprodução EPTV) |
A
mulher presa pelo roubo de uma recém-nascida em Cabo Verde (MG) confessou o
crime e deu detalhes sobre a ação. Segundo o delegado responsável pelo caso,
Thiago Moreira, ela planejou o sequestro por meses e alegou que pretendia ficar
com a criança porque teria sofrido um aborto recentemente e tinha o sonho de
ter uma nova filha.
Yasmin
Viana Ferreira, de 5 meses, foi roubada de dentro da própria casa, um sítio às
margens da BR-146, próximo ao distrito São Bartolomeu, após a mulher dopar a
mãe, Fernanda da Conceição Viana, de 22 anos, com um remédio tarja preta, e
levada para o interior de São Paulo.
Além
da suspeita de ter roubado a recém-nascida, também foram detidos um taxista,
que teria levado a mulher para o interior de São Paulo, uma adolescente de 13
anos, que é filha da suspeita, e mais uma mulher, que teria envolvimento no
crime. "A
autora, durante o interrogatório, alegou que pretendia ficar com essa criança,
já que ela teria, supostamente, sofrido um aborto recentemente e que teria o
sonho de ter uma nova criança", contou o delegado.
Ela
ainda teria tentado comprar a criança na véspera, mas como a mãe recusou, ela
voltou no dia seguinte para realizar o crime. "Ela
alega ainda que tentou negociar com a mãe a compra da criança, no dia anterior,
mas que como a mãe se recusou a vender a criança, pelo valor de R$ 5 mil, ela
resolveu dopar a mãe no dia seguinte com um medicamente tarja preta, que
inclusive já foi arrecadado, e entregou para a mãe misturado com um suco",
contou o delegado.
De
Cabo Verde, a mulher pegou um táxi e seguiu com a menina para Mogi Guaçu, onde
pegou um enxoval para a criança, e depois foi para Espírito Santo do Pinhal,
onde pretendia se esconder.
"Ocorre
que a todo o momento tanto o taxista quanto os demais envolvidos negavam saber
que havia uma criança dentro do carro. Aí a polícia também recebeu a informação
de uma segunda pessoa que estaria dentro do veículo e estava em uma residência
em Graminhas, no distrito de Andradas. A Polícia Civil também foi no local e
localizou a pessoa, que resolveu confessar e indicou onde a autora e a criança
estavam escondidos", explicou o delegado.
Ainda
de acordo com a polícia, a mulher já tinha até um registro de certidão válido
para a criança, com o nome de Ana Laura. O documento foi feito com base em um
documento emitido por um hospital ainda não identificado.
"A
autora inclusive confessou que tinha adquirido uma certidão de nascido vivo,
que foi extraviada de algum hospital que nós ainda não sabemos, que ela não
indicou. E conseguiu uma certidão de nascimento com o nome de Ana Laura, que foi
registrada em um cartório de SP", afirmou Moreira.
Planejamento
Mulher presa por rapto de bebê em MG planejou crime por meses e tentou comprar criança (Foto: Polícia Civil) |
A
investigação teve o apoio do Conselho Tutelar de Cabo Verde. Segundo a
conselheira Tatiane Henrique, a nora da mulher contou que ela já falava sobre a
possibilidade de roubar uma criança e, por isso, vinha sendo monitorada pela
entidade. O crime também teria sido motivado pelo desejo da autora de segurar
um namorado.
"Já,
já falava disso. Uns dois, três meses atrás, ela já comentava que ia roubar uma
criança para segurar namorado, que ela fingiu uma gravidez. A nora dela falou
que ela fingiu uma gravidez, depois falou que perdeu, fez raspagem no hospital
de Muzambinho. Depois ela falou que tinha nascido, que estava na UTI no
Hospital de Alfenas. Isso tudo a nora dela contou para mim", contou.
Quando
ela ficou sabendo do desaparecimento do bebê, foi junto com outros membros do
conselho tutelar direto para a casa da nora da autora, mas não encontrou
ninguém.
"Já
imaginamos. Assim que a gente ficou sabendo, a gente já correu atrás. Fomos
atrás da [nora], que não estava em casa, tinha saído com o taxista. Tinha saído
ela, o taxista, a [autora] e a filha da [autora]. Aí o conselho foi ligando um
ponto no outro e chegou até a Polícia Civil e já contou tudo, aonde ela ia e o
que ela ia fazer", explicou Tatiane.
Investigação
A
criança foi localizada com a ajuda da Polícia Civil de São Paulo e de diversas
cidades do Sul de Minas. A primeira informação é de que a mulher tentaria fugir
em um ônibus com destino ao Paraná, mas depois acabou saindo da cidade no táxi.
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"Ontem
a PM, ao receber a notícia do sequestro, começou a compartilhar a informação
com as polícias da região para que todos os ônibus intermunicipais e
interestaduais fossem abordados, já que uma primeira informação dava conta de
que a suspeita tinha entrado em um ônibus. Durante as investigações, uma
testemunha teria visto a principal suspeita em um ponto de ônibus com uma
criança de colo. E disse que ela teria entrado em um táxi branco. A partir daí
a gente começou a fazer os levantamentos na cidade e identificamos quem seria o
proprietário do táxi", explicou o delegado.
Ainda
de acordo com a polícia, o taxista negou inicialmente o envolvimento no crime,
mas depois confessou ter levado a mulher para a zona rural de Espírito Santo do
Pinhal.
"Ocorre
que a todo o momento tanto o taxista quanto os demais envolvidos negavam saber
que havia uma criança dentro do carro", explica Moreira.
Segundo
o delegado, as investigações seguem para determinar o papel de cada um dos
envolvidos no crime. A autora foi autuada em flagrante pelo "sequestro,
majorado por se tratar de criança". Após
ser regastada, Yasmin foi devolvida aos braços da família ainda na manhã desta
sexta-feira. Fernanda, que ficou internada em observação no Hospital de Cabo
Verde após ter sido dopada, foi liberada e, emocionada, já pôde se reencontrar
com a filha. fonte http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/mulher-presa-por-rapto-de-bebe-em-mg-planejou-crime-por-meses-e-tentou-comprar-crianca-diz-policia.ghtml
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