Equipes do CCZ e Divisão Regional de Saúde visitam
residências e coletam material para exames
A
Prefeitura de Espírito Santo do Pinhal, por meio do Departamento Municipal de
Agricultura e Meio Ambiente, e Secretaria Municipal de Saúde (CCZ) - com apoio
da Divisão Regional de Saúde de São João da Boa Vista -, vem realizado na
cidade um inquérito para levantamento de casos de leishmaniose. Os trabalhos,
iniciados em 23 de agosto, prosseguem até o final do ano. A
pesquisa consiste na visitação de residências - para avaliação das condições de
limpeza (questão que influencia no desenvolvimento do mosquito transmissor da
doença) e também na coleta de material na população canina – os animais, se
contaminados, podem transmitir a doença ao homem. Até o momento, mais de 300
animais já tiveram material coletado para exame.
Há
duas semanas, o Instituto Adolfo Lutz encaminhou ao município equipamentos para
testes de identificação da leishmaniose. Assim, o material coletado nos animais
é primeiramente analisado pelas equipes do CCZ e da DRS. Caso o teste rápido dê
positivo, o exame é enviado para novas análises em São Paulo, a fim de se
evitar divergências na confirmação doa doença. Os
profissionais do CCZ observam que o causador da leishmaniose não é o cão, e que
o animal também é uma vítima do mosquito Birigui ou Palha (Flebotomineo),
transmissor da doença. O mosquito somente pode ser controlado com as ações de
manejo ambiental, ou seja, medidas de higienização e limpeza das áreas
habitadas pela população.
Endemia
O secretário de Saúde Willian Baena e o diretor de
Agricultura e Meio Ambiente, Tiago Barbosa receberam os equipamentos para testes rápidos |
A
cidade despertou para o problema da leishmaniose em 2004, após constatação do
primeiro caso em um cão. No ano seguinte, em 2005, deu-se início a um inquérito
para coleta de material e realização de exame na população canina, de
aproximadamente 3 mil animais. Segundo dados da época, foram positivados
aproximadamente 1.500 casos – ou seja, animais que estariam contaminados pela
doença. A partir de então, o município passou a integrar o grupo de cidades de
risco de ocorrência da leishmaniose. Um
novo inquérito, realizado em 2010, coletou material para exame em cerca de
1.000 cães, havendo confirmação da doença em 68 animais. Em 2012, em outro procedimento,
foram examinados 1.947 cães, sendo que 43 apresentaram contaminação.
Equipes do CCZ e da DRS fazem a coleta de material em cães para exames sobre leishmaniose |
De
acordo com especialistas, o município oferece condições climáticas
(umidade/temperatura) para o desenvolvimento do mosquito transmissor da leishmaniose,
o que foi constatado durante pesquisa entomológica, realizada em 2008 – a qual
consiste na instalação de armadilhas para a captura dos insetos. A partir das
constatações da pesquisa foram e são adotadas as medidas de manejo ambiental no
sentido de evitar a proliferação do mosquito (conscientização sobre a limpeza de
casas e quintais; acondicionamento de lixo corretamente; eliminação do acúmulo
de madeira e folhas, dentre outras), bem como o estímulo a que os proprietários
de cães adotem a colocação de coleiras repelentes nos animais.
A
partir dos problemas ocorridos, desde 2004, a Secretaria Municipal de Saúde - em
parceria outros órgãos municipais - promove campanhas para conscientizar a
população quanto aos cuidados a serem tomados a fim de evitar a propagação da
leishmaniose. O tema também é alvo de campanha desenvolvida pela Prefeitura,
junto a empresas e entidades. Moradores também são orientados a colaborarem,
permitindo a visitação às residências e a coleta de material nos cães de sua
propriedade. Em 2013, por exemplo, mais de 3.700 estudantes participaram de
palestras sobre o assunto. Apesar
dos casos confirmados em cães, não houve, até aqui, registro da doença em humanos. Outras
informações sobre os trabalhos podem ser obtidas junto ao CCZ, pelo telefone
3651-7701.
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