Nesta sexta-feira, a ONU comemora o Dia Mundial da Água, criado há mais de 20 anos para celebrar e discutir a importância da água na vida do planeta. No Brasil, a abundância do recurso no território, com cerca de 13% de toda a água potável do mundo, pode até dar a sensação de que se trata de algo que nunca vai acabar, mas a água é finita. O futuro pode estar mais perto do que se imagina. Segundo os últimos relatórios de Desenvolvimento Humano da ONU, publicados entre 2006 e 2011, se o consumo de água potável continuar da forma que está, países africanos e asiáticos sofrerão com uma grave escassez de água já em 2025, que afetaria cerca de 5,5 bilhões de pessoas. O cenário piora em 2050, quando 75% da humanidade teria pouco acesso à água de qualidade, o que prejudicaria a produção agrícola e industrial, gerando também uma crise de alimentos. Atualmente, a ONU estima que 18% da população do planeta não tenha acesso à quantidade mínima necessária de água potável. Mesmo assim, países como Canadá e Brasil, banhados por imensas reservas de água doce, vivem em um cenário distante de uma catástrofe. Para se ter uma ideia, um canadense gasta em média 600 litros de água diários, enquanto um africano utiliza menos de 30 litros em suas atividades por dia. No Brasil, outro fator que deve ser levado em consideração é a poluição. A maioria dos riachos e mananciais que banham as cidades brasileiras estão poluídos, já que o país mantém apenas de 15 a 20% da rede de esgoto com o tratamento adequado.
Iniciativa ecológica Usar água de forma irresponsável pode acelerar ainda mais os problemas que o planeta tem que enfrentar com a questão da escassez de água. Atitudes do cotidiano como escovar os dentes deixando a torneira aberta ou tomar um banho demorado devem ser evitadas ou trocadas por gestos mais ecológicos. Foi pensando nisso que o inventor Mário Benedito criou o "vaso sanitário ecológico", uma solução sustentável para evitar o desperdício. A invenção elimina as fezes sem o uso de água. Privada que dispensa a água Na média, após usar o banheiro e dar a descarga, uma pessoa gasta de 10 a 20 litros de água potável, segundo informações da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). No equipamento ecologicamente correto, a água dá lugar à cal, que transforma as fezes em pó dentro de algumas horas. A solução final pode ainda ser utilizada como adubo. Outra vantagem do sistema é que a substância faz evitar o mau odor, pois impede a liberação de metano, gás responsável pelo mau cheiro. O produto também impede que as fezes sejam jogadas no esgoto, oferecendo uma alternativa para o saneamento básico. A invenção, porém, ainda não é produzida em escala industrial.
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