O atípico período de falta de chuvas, que vem sendo observado nos meses de janeiro e fevereiro, tem causado danos às lavouras de São João da Boa Vista e região. Conforme aponta João Batista Vivarelli, engenheiro agrônomo e diretor técnico de divisão da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – Regional São João da Boa Vista (Cati), o evento tem causado perdas significativas. “Temos mantido contatos frequentes desde o início de janeiro deste ano com técnicos das Casas da Agricultura, lideranças, cooperativas, associações de produtores, revendas de insumos agropecuários, sindicatos rurais etc. Também estamos realizando acompanhamento das condições climáticas da região. Todos esses contatos mostram que a falta de chuva e o calor têm causado uma situação alarmante, que não era vista há muitos anos na região”.
Safras futuras serão afetadas por conta dos estragos provocados pela seca. Preços de alguns produtos vão subir

Nas lavouras de café que têm entre dois e três anos, os prejuízos estão em torno de 20% a 25% em razão de o desenvolvimento vegetativo ter sido afetado. “Na lavoura de café—nova ou em produção—, a falta de chuvas também está dificultando o controle de pragas —bicho-mineiro, ácaros, lagartas— e doenças —ferrugem”, complementa o engenheiro agrônomo.
Os cafezais da região plantados de novembro de 2013 a janeiro de 2014 tiveram cerca de 30% a 40% de morte das mudas. “Há a necessidade de replantio, o que, no momento, não poderá ser feito devido à falta de disponibilidade de mudas”, enfatiza Vivarelli.
O engenheiro agrônomo ainda estima que nas culturas de milho, cana-de-açúcar e citrus houve uma quebra que gira em torno de 20% a 35%. A pastagem também sofreu impactos com a falta de chuvas e as altas temperaturas. De acordo com Vivarelli, o desenvolvimento vegetativo foi comprometido, diminuindo a lotação em 10%.
Outras culturas afetadas
Se até abril as chuvas não voltarem ao normal, Vivarelli alerta que o problema poderá se agravar ainda mais, já que os reservatórios de água para irrigação entrarão em níveis insuficientes para as lavouras, o que afetará as culturas típicas dos próximos meses. “Isso afetará principalmente a cultura de batata, cebola e feijão de inverno, além de hortaliças como repolho, beterraba, cenoura, pimentão e folhosas em geral”.
Preços elevados
As perdas dos produtores no cultivo agrícola afetaram diretamente o consumidor, que sentiu no bolso o efeito do clima seco. Segundo as Centrais de Abastecimento (Ceasa), o seguimento das hortifrútis sofreu as principais variações no preço por quilo. O chuchu, por exemplo, teve um aumento de 125% no custo para o consumidor. Na sequência, os produtos com maiores altas são a beterraba, com 64% de aumento; a alface, com 53%; e a laranja, com 47%. (O Município)
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