Conselho Tutelar reivindica criação de Caps infantil para atender jovens.
Prefeitura diz que iniciou estudos para criar atendimento especializado.
A falta de um local especializado no tratamento de crianças e adolescentes dependentes químicos compromete a realização do atendimento em Itapira (SP). De acordo com o Conselho Tutelar, o município só possui um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) voltado ao atendimento adulto, mas a entidade estima que 60% dos casos atendidos sejam de jovens, entre eles, crianças com idade inferior a dez anos.
"Eu estou atendendo hoje crianças e adolescentes filhos de pais, que foram usuários e são traficantes, mas que não receberam atendimento necessário anos atrás. É um ciclo vicioso", alerta a conselheira Andresa de Fátima Matos, que defende a criação de um Caps infantil. A mãe de uma paciente de 12 anos, que é atendida com adultos, critica a falta de estrutura. "Eu acho que fica ruim sim, porque ela vai misturar no meio de todos esses tipos de gente. Aí ela vai fazer amizade 'de adulto' e vai sair junto. Faz falta uma clínica para criança", falou.
Projeto e custos
Em nota, a Prefeitura de Itapira informou que já iniciou estudos para elaboração de um projeto para Caps infantil, mas não há prazo para a conclusão dos trabalhos. Além disso, a Secretaria de Saúde alega que a construção de um centro especializado va exigir grande investimento, com necessidade de verbas dos governos estadual e federal.
Repercussão
Um caso que ganhou repercussão no município foi o da criança de 1 ano e 5 meses que ingeriu uma pedra de crack dentro de casa, na Vila Ilze, há nove dias. Ela permanece internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas da Unicamp. "É como se a gente estivesse enxugando gelo. A gente faz, tenta, cobra as autoridades, mas resultados positivos nós não temos", criticou Andresa Matos. A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público para apurar a situação no município, mas o caso segue em análise. (G1/Campinas)
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