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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Empresa usa sistema com bambus para reutilizar água em Mogi-Guaçu


 

bambusTrês ‘filtros biológicos’ recheados com bambus servem para realizar o tratamento de esgoto de uma empresa produtora de tomates da cidade. O processo ecológico foi colocado em prática há dois meses e reduziu em quase 90% o oxigênio consumido na degradação da matéria orgânica. Com a iniciativa, a água utilizada no processo de lavagem da fruta será reutilizada e terá uma economia de até 30% na conta.
O projeto foi desenvolvido após uma notificação da prefeitura, por conta do mau cheiro provocado pelos resíduos, despejados em solo público. A estação de tratamento foi desenvolvida pelo biólogo Fábio César Fraga, professor do Centro Guaçuano de Educação Profissional (Cegep) e o engenheiro agrônomo Alexandro Batista Ricci, professor na Faculdade Municipal Professor Franco Montoro. “Percebemos que os donos da empresa tinham a vontade de melhorar o sistema, mas não sabiam como. Busquei, junto com outro professor, uma solução para o caso e encontramos um estudo da Unicamp sobre o uso de bambu. Resolvemos colocar em prática, de forma experimental”, explica Fraga, que na ocasião trabalhava na prefeitura guaçuana.
O investimento beirou os R$ 20 mil, metade do valor gasto em um método convencional, e foi concluído em três meses. Além de evitar multas por contaminação do meio ambiente, a empresa criou cisternas para que a água utilizada no processo de lavagem do tomate seja usada na irrigação de áreas verdes e nos sanitários da empresa. “Atualmente a água é apenas estocada, já que o sistema entrou em operação em abril e ainda precisa ter esta adequação. Além de deixar a empresa alinhada com os processos ecológicos, é vantajoso economicamente. Em poucos meses se paga o investimento, por conta deste reaproveitamento da água”, explica o técnico em segurança da empresa, Anderson Luiz dos Santos.
Como funciona a estação de tratamento
Os filtros anaeróbios comumente usados consistem em um tanque cheio de pedras britadas ou outro material inerte que serve de suporte para aderência e desenvolvimento dos micro-organismos. O bambu, material mais leve e barato, realiza o mesmo trabalho. O ‘filtro biológico’ retém as partículas poluentes e deixa a água pronta para ser reutilizada. “O nosso intestino é um biofilme de bactérias, que forma a flora intestinal. É ali que ocorre a digestão dos alimentos. O bambu faz o mesmo no tratamento desta água. O interior dele fica lotado destes micro-organismos”, diz o biólogo. "Por serem mais leves, as caixas podem ser de PVC e não de alvenaria, o que barateia ainda mais a estação".
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), unidade de medida que avalia a quantidade de oxigênio da água utilizada na empresa, tinha índice de 218 mg/l. Após a implantação da estação com bambu, o índice foi reduzido para 29 mg/l. Segundo os responsáveis pela proposta, houve apenas uma medição e a expectativa é que, nos próximos meses, este índice diminua ainda mais. (portal Mogi Guaçu)

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