Delegado abriu inquérito após registro de BO, em Mogi Guaçu
Atestado entregue no dia 1º de novembro previa início do afastamento no dia 7 (Foto: Maurício Maretti) |
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a suspeita de fraude em um atestado médico que “antecipou” a doença da funcionária de uma ótica de Mogi Guaçu (SP). De acordo com a investigação, o documento, que é do Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos, administrado pela Prefeitura, autorizava o afastamento da mulher por 15 dias a partir do dia 7 de novembro. No entanto, o envelope com o papel foi entregue na loja seis dias antes. A administração municipal disse que vai aguardar a notificação da polícia e informou que a médica atua em duas unidades de saúde da cidade, mas não confirmou que ela trabalha no hospital.
De acordo com o diretor de um grupo de empresas que administra a ótica, o atestado foi entregue na loja no dia 1º de novembro. Ele estava dentro de um envelope da Prefeitura, endereçado à funcionária. A mulher não estava no estabelecimento naquele dia porque está afastada por outro atestado. Maurício Costa Maretti afirmou que o hospital informou à ele que a médica não trabalha no local e não poderia ter emitido um atestado com o nome da unidade. Ele registrou um boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial por falsidade ideológica.
O delegado responsável pelo inquérito, Antônio Aparecido de Souza, informou por telefone ao G1que a polícia trabalha com a hipótese de fraude por conta do início do período de afastamento se tratar de uma data futura. Segundo ele, o crime de falsidade será investigado não pela possibilidade do atestado ser falso, mas sim pelo dia de início dele, que “previu que a mulher ficaria doente”.
Souza ainda informou que vai investigar se a médica realmente trabalha no Hospital Municipal e vai chamar todas as partes para depor. “Vamos investigar justamente a questão do atestado ser para o futuro, mas é claro que, em paralelo a isso, também vamos apurar se a médica que assina no atestado trabalha no hospital e se é mesmo médica. Vamos convocar todos os envolvidos para depor”, disse o delegado.
Outros atestados
Maretti afirmou que, em outubro, também recebeu outro atestado da funcionária, assinado pela mesma médica, mas dessa vez o documento era de uma Unidade Básica de Saúde do município. Segundo o diretor, no total, a mulher já entregou pelo menos dez atestados no período de um ano, cada um com um tipo de impedimento diferente para trabalhar.
Ainda de acordo com ele, a funcionária continua afastada e ainda não foi notificada pela loja sobre o boletim de ocorrência. Ele não confirmou se ela será demitida ou vai continuar na ótica.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Mogi Guaçu informou, em nota oficial, que a Secretaria de Saúde e a superintendência do Hospital Municipal Dr. Tabajara Ramos não “dispõem de elementos suficientes para analisar o caso neste momento e vai aguardar a notificação da Polícia Civil para tomar as medidas cabíveis”.
O Executivo ainda informou que a profissional que assina o atestado atende no Centro de Especialidades Médicas (CEM) e em unidade de saúde da rede municipal de atenção básica. O G1 fez contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp-SP), mas até a públicação não obteve retorno. fonte http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/11/policia-civil-apura-suspeita-de-fraude-em-atestado-que-antecipou-doenca.html
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