Objetivo é reproduzir em Poços de Caldas o sucesso da Maria Fumaça que circula entre São João del-Rei e Tiradentes
Imagem do blog “Memórias de Poços de Caldas“ |
A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) vai assinar convênio com o município de Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, para reativar o trem turístico-cultural da cidade. O valor estimado do aporte da Codemig é de R$ 10 milhões. Como contrapartida, os projetos executivos vão ficar a cargo do município, que também busca captar mais recursos junto ao Estado e à União.
A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) já fez o estudo de viabilidade técnica para a instalação do equipamento após visitar a cidade em 2014. A ideia é explorar o turismo de paisagem e o dos aficionados por trens, que movimenta um público crescente, não só no Brasil como nos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania, para reproduzir o sucesso da linha que circula entre São João del-Rei e Tiradentes.
Dados de pesquisas realizadas pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur) demonstram que o número de passageiros na Maria Fumaça de São João del-Rei a Tiradentes aumentou 7,2% entre os anos de 2013 e 2014. “Acreditamos que em Poços de Caldas o sucesso vá se repetir”, frisa o secretário de Estado de Turismo, Mário Henrique Caixa.
O projeto envolve a reconstrução da Estação de Poços de Caldas e do trecho ferroviário (com recolocação dos trilhos), a fim de permitir que a Maria Fumaça volte a funcionar, operada pela ABPF, que já dispõe do equipamento e da expertise necessários. O trajeto vai partir da Estação Ferroviária e chegar até um ponto a ser definido.
O município já teve um trem turístico no passado, com um passeio entre Poços de Caldas e Águas da Prata (SP). Esse trem fazia o trajeto de 33 quilômetros entre as duas cidades durante os anos 1980 e início dos anos 1990, quando encerrou as atividades. Parte do trecho ainda funciona, mas só para o transporte de minério. O trem sai de Poços de Caldas e segue até a cidade de Alumínio (SP).
Potencial turístico
O trem de Poços de Caldas está situado no meio da maior concentração de trens turísticos do Brasil, com 11 ao seu redor, sendo o mais próximo a 164 quilômetros (Viação Férrea Campinas-Jaguariúna, SP) e o mais distante a 470 quilômetros (Trem do Corcovado, no Rio de Janeiro). Essa concentração favorece a programação de pacotes turísticos específicos.
Na região também existe a demanda significativa de turismo pedagógico, composto de grupos organizados de excursionistas e turistas que vão a negócios ou a passeio a Poços de Caldas. Destaca-se também o turismo da terceira idade, atraído não só pelas famosas águas terapêuticas da cidade, mas também pela agenda de eventos permanentes.
Paralelamente ao trem, podem ser desenvolvidas manifestações culturais, como apresentações de corais e grupos de teatro, já que a própria estação oferece espaço condizente com esse tipo de atividade.
Estações históricas
A Estação de Poços de Caldas foi inaugurada em 1886 pelo Imperador Dom Pedro II, com o nome de Caldas, impulsionando o desenvolvimento e o turismo na cidade. Em 1930, teve seu corpo central demolido, sendo construída a edificação atual, composta por quatro blocos: um para a plataforma de embarque, outro para administração e serviços e os demais para armazéns, mantendo ainda alguns elementos originais.
Atualmente abriga a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, juntamente com o Centro de Informações Turísticas, o Circuito Caminhos Gerais. Trata-se de imóvel tombado pela Lei Municipal 5.376, de 1993.
Por sua vez, a estação de Bauxita foi aberta pela Companhia Mogiana em 1943, com a finalidade expressa de atender às minas de bauxita e minério de alumínio da região. A linha entre as duas estações (Poços de Caldas-Bauxita) tinha 9,3 quilômetros e funcionou como transporte de passageiros até o ano de 1976.
Quem fizer o passeio poderá se deparar com cenários como os pilares da Mogiana, feitos de ferro, que pertenciam à linha original. Fonte: Agência Minas
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