Lei de mercado evita prejuízo na roça após queda na produção de batatas

Produtores da região de Vargem Grande do Sul dizem que o clima atrapalhou.

Com menos produto à venda, preço subiu e roceiros não arcaram com custos.

Produção de batatas caiu em 2013 na região

(Foto: Oscar Herculano Jr./EPTV)

O clima dificultou a produção de batatas que caiu 25% em Vargem Grande do Sul (SP), no ano passado. Na cidade foram colhidas seis milhões de sacas, dois milhões a menos do que em 2012. Com menos produto no mercado, entretanto, o preço subiu e evitou prejuízos no campo. Apesar de manter os 145 hectares de plantação, o produtor rural Odair Dotta viu a produtividade cair 10%. “As primeiras batatas não pegaram um tempo bom e isso prejudicou a gente, a produtividade foi bem baixa”, explicou.

Segundo o engenheiro agrônomo Luís Otávio Vilela, o sol foi insuficiente para a plantação. “No começo do plantio da batata choveu bastante, mas durante todo o ciclo da batata o tempo ficou nublado, então falou luz para que essa batata se desenvolvesse, fizesse a fotossíntese, foi onde que afetou a produtividade”, explicou Vilela.

Lei da oferta e da procura

Num período em que a produtividade não foi a esperada, o que salvou os produtores foi a lei da oferta e da procura.  “A baixa produtividade fez com que o mercado tivesse maior demanda do produto”, afirmou o presidente da Cooperativa dos Bataticultores da região (Cooperbatata), Pedro Hayashi.

A região de Vargem de Grande do Sul é uma das maiores produtoras de batata do país. A área plantada é de mais de 10 mil hectares. Com o preço em alta no campo, a expectativa para 2014 é que este número seja ainda maior.

“Na nossa região tem muita área de laranja e como a laranja não está com boa perspectiva, eles estão comprando ou arrendando essa área para possivelmente aumentar a área de plantação da batata”, falou o agrônomo. Agora o produtor rural Rodrigo Canela está de olho na previsão do tempo para decidir se neste ano volta a plantar batata ou se mantém o milho, que atualmente ocupa 90 hectares da roça no período de entressafra. “Tudo depende do clima, ele é fundamental para a produtividade”, afirmou.

Batatas (Foto: Oscar Herculano Jr./EPTV)

Reflexos

Os preços maiores na roça tiveram reflexo no bolso do consumidor. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a batata chegou a subir 21%. O repositor Wanderlei dos Santos disse que aos poucos o preço está se estabilizando. “Agora ela está mais barata e bem mais acessível. Todas as variedades agora estão com o preço melhor, então abaixou bastante”, falou. Os consumidores agradecem. “Eu acho que agora barateou, está mais barato mesmo. E eu gosto de comprar batatas porque gosto de fazer sopa com elas”, relatou a aposentada Ermínia Gardim Trevizan. (G1)