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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Falcoaria ganha adeptos em cidades da região de São João

Falcão de estimação se alimenta de carne e faz treino constante de voo.

Animal chega a custar R$ 2 mil no mercado e exige vários cuidados.


O treinamento de aves de rapina, chamado de falcoaria, tem ganhado adeptos na região de São João da Boa Vista (SP). Um dos falcões mantém dieta à base de carne e tem treinos rígidos para conseguir desempenhar o papel de predador. A legislação permite qualquer pessoa crie um falcão em casa no Brasil. O animal custa R$ 2 mil.

O consultor William Souza Siqueira, de Águas da Prata, começou a criar aves há quatro anos e já teve outras, mas atualmente só tem a Fênix, falcão batizado com esse nome depois de passar por muitos apuros. “Uma vez ela fugiu e uma pessoa acabou encontrando, tirou as penas e a deixou dentro de uma gaiola, o que fez com que ela quase morresse, porque não se movimentava e não tinha condicionamento nenhum”, contou.

A ave fica dentro de casa, sem gaiolas, e é o xodó da família. “É uma ave que não ataca ninguém, é tranquila, se dá bem com os outros animais da casa, como o meu cachorro, então é bem sociável”, explicou Siqueira. Ele pegou o falcão de um amigo. Além de ser um animal de estimação, Fênix também trabalha.

Falcão é criado dentro de casa em São João da Boa Vista, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Falcão é criado dentro de casa em São João da
Boa Vista, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Para o treinamento da falcoaria, em São João da Boa Vista, é preciso uma luva para a ave ficar apoiada, isca para atrair o falcão, apito para seguir os comandos do adestrador e uma tesoura para cortar o alimento. Antes de sair para o treino é realizada uma pesagem e a ave é transportada em uma caixa até o campo do bairro Terra de São José.

Treino
Inicialmente o falcoeiro segura a ave e depois Fênix voa livremente. Ela para em um poste e quando Siqueira movimenta a isca ela volta. Os treinos acontecem em dias intercalados e duram de 30 minutos a 1h30, dependendo da resistência do animal. “A gente faz isso para estimular a ave, para deixá-la mais musculosa e também para estimular a caça, como se estivesse vivendo normalmente na natureza”, disse Siqueira.

O veterinário Danilo Francisco Braghero também é criador, tem várias aves e trabalha com controle de outras espécies. “Hoje as empresas do ramo alimentício têm muito problema com pombos, então a gente utiliza essas aves de rapina para espantar os pombos”, afirmou.

Dieta
Para um bom desempenho no voo, é importante que o falcão tenha uma alimentação específica, carnívora. A dieta é baseada em codornas, por exemplo. Por dia, são no máximo duas refeições, e que não ultrapassem 30 gramas. Os criadores contam que os falcões são aves calmas, mas que não gostam de muito contato.

No Brasil existem três locais autorizados para venda. Dois ficam em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro. “Dá muito trabalho porque se ele não voa todo dia, quando for praticar não vai conseguir”, explicou Braghero. (G1/São Carlos e região)

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