João Batista Barbosa faleceu cinco dias após diagnóstico do Pronto Socorro
Foto de João no celular, junto com remédio e receita (Foto: Hediene Zara) |
João Batista Barbosa, de 64 anos, morreu em virtude de uma obstrução intestinal, segundo amigos que o socorreram, na madrugada de domingo (8). Ele havia passado por consulta, com o médico Mauro Santos Ribeiro Junior, na terça (3), sendo liberado após medicação. Amigos que trabalhavam com João e o socorreram depois de ele ter se sentido mal, informam que o diagnóstico dado no Pronto Socorro apontava que ele sofria de “gases”. No primeiro atendimento, ainda de acordo com as pessoas que o socorreram, nenhum exame mais detalhado foi pedido pelo médico responsável.
O ATENDIMENTO
João Batista Barbosa tinha 64 anos, era conhecido como “Buda” e trabalhava em uma empresa do Centro de São João. Ele começou a passar mal na terça (3), sendo socorrido por colegas de trabalho, que o levaram ao Pronto Socorro com fortes dores abdominais. Chegando à repartição, ele foi atendido pelo médico Mauro Santos Ribeiro Junior, que não teria aplicado o tratamento satisfatório ao paciente: “Achei a consulta muito superficial. O médico disse que ele estava com gases e apenas receitou remédios, sem mais exames”, comentou.
A receita médica, entregue aos companheiros de trabalho de João, indica a necessidade de uso dos medicamentos Tropinal e Dimeticona, que é o princípio ativo do medicamento Luftal, conhecido no meio popular por sua eficácia contra gases e leves problemas estomacais e digestivos. O Tropinal, por sua vez, serve para aliviar cólicas gástricas e intestinais. Obedecendo às recomendações médicas, João voltou para casa, tomou os remédios, mas continuou sentindo fortes dores que o obrigaram a passar por nova consulta, também no Pronto Socorro, na quinta (5). O paciente foi atendido por outro médico, teve exames solicitados e sua internação foi imediatamente solicitada à Santa Casa Carolina Malheiros, já que a hipótese diagnóstica, segundo os acompanhantes de João, era a de obstrução intestinal.
NA SANTA CASA
Segundo as pessoas que socorreram o trabalhador, o atendimento da Santa Casa foi diligente, porém, a liberação do paciente na primeira consulta no Pronto Socorro fez com que sua situação se agravasse sobremaneira. João teve que ser submetido a um tratamento emergencial com o uso de sonda. O equipamento tentou retirar de seu organismo, as fezes que haviam rompido o sistema intestinal. “Ele foi para a unidade semi intensiva e, depois, para a UTI, já entubado”, afirmou um dos colegas de trabalho. O quadro infeccioso ganhou proporções maiores e João Batista não resistiu, falecendo na madrugada de domingo (8). Ele era solteiro, deixou um filho e foi enterrado no Cemitério São João Batista.
PREFEITURA RESPONDE
A reportagem remeteu questionamentos ao Departamento de Saúde a respeito do caso. A Prefeitura informou que, no atendimento inicial, João apresentava quadro de vômito, diarreia e cólica abdominal. Durante a consulta, segundo o órgão público, não apresentava sinais clínicos de abdome obstrutivo. O paciente teria referido melhora no quadro, só retornando na tarde de 5 de dezembro, com dor abdominal, náuseas e fraqueza. Ele foi medicado, ficou em observação e depois seguiu internado para a Santa Casa.
O Departamento de Saúde também informou que “a conduta do médico é de responsabilidade do mesmo” e, para que haja alguma averiguação sobre a atuação do profissional, é necessário que a família registre a ocorrência na Ouvidoria da Prefeitura ou no Departamento de Saúde. (O Município/Hediene Zara)
Nenhum comentário:
Postar um comentário