E-mail tinha nome de 3 professores que ainda não tinham realizado prova.
Vice-reitor afirma que planilha tinha simulações e descarta a anulação.
O Ministério Público investiga a denúncia de um suposto favorecimento em um concurso do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (Unifae), em São João da Boa Vista (SP). O coordenador do curso de comunicação social enviou por e-mail uma planilha com os nomes de professores que iriam dar aulas no próximo ano, mas o concurso ainda não tinha sido realizado. A Unifae nega favorecimento e afirma que foram simulações.
A Unifae é uma instituição pública municipal que oferece 17 cursos de graduação. Segundo a denúncia, o e-mail enviado aos professores no dia 30 de novembro pelo coordenador do curso de Comunicacão Social, William de Oliveira, mostrava a grade de aulas para 2014 com os nomes dos professores de cada disciplina.
O problema é que na grade das aulas aparecem os nomes de três candidatas às vagas de professores. De acordo com o autor da denúncia, que não quis se identificar, isso indicaria que o centro universitário já contava com elas para o quadro de funcionários, antes mesmo das provas do concurso público terem sido realizadas.
Grade de aulas tinha nome de professores que
não tinham feito prova (Foto: Reprodução/EPTV)
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Segundo o edital, as prova só ocorreram nos dias primeiro, dois e três de dezembro. A lista de aprovados mostra que dois nomes, que já estavam na planilha, passaram em primeiro e em segundo lugares para o curso de jornalismo.
Simulações
A reportagem do Jornal da EPTV procurou o coordenador, mas quem se pronunciou foi o pró-reitor da universidade, Carlos Vichiatti. Ele negou qualquer tipo de favorecimento às candidatas. “Foram simulações na expectativa de profissionais estarem aqui ou não. Esse coordenador, que é profissional da área há muitos anos, fez essa simulação na extrema boa fé.
Podemos dizer que o coordenador poderia ter aguardado um pouco mais”, disse. O pró-reitor também argumentou que uma das candidatas que apareciam na planilha não foi aprovada no concurso. “Na boa fé que ele tinha colocado o nome da primeira, na segunda e terceira simulações essa primeira pessoa foi excluída, ao saber que não havia sido aprovada no concurso”, afirmou.
A reitoria vai apurar a denúncia, mas, por enquanto, descartou a possibilidade de anular o concurso. “Nesse momento a gente não aventa essa possibilidade. Dependendo do desenvolvimento das ações, senta-se e define-se para algo que possa ou não ser feito”, explicou o vice-reitor.
Nepostismo
O Ministério Público também investiga desde agosto deste ano uma suspeita de nepotismo, que é o favorecimento de parentes, em outro concurso público da Unifae. O promotor Guilherme Ataíde Ribeiro Franco informou que nesse caso já pediu documentos para o centro universitário e foi atendido. O pró-reitor disse que desconhece a denúncia de nepotismo. (G1/São Carlos e região)
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