Região de Vargem Grande do Sul já está com cinco máquinas no campo.
Com facilidade para ter crédito, produtores investem mais em tecnologia.
A mecanização do campo na colheita de batata deve reduzir em 25% a contratação de trabalhadores neste ano na região de Vargem Grande do Sul (SP), deixando cerca de 300 pessoas desempregadas, segundo estimativa da Associação dos Bataticultores. A facilidade para conseguir crédito faz com que os produtores invistam mais na tecnologia, o que pode diminuir ainda mais as vagas na colheita. Para o sindicato dos trabalhadores rurais, a profissão dos colhedores de batata está com os dias contados. “Quem trabalha hoje com a batata vai ter que pensar no futuro, porque não vai ter espaço para eles”, afirmou o secretário do sindicato Gilson Donizete.
Substituição
A justificativa é o investimento em tecnologia. Uma colheitadeira, por exemplo, pode substituir o trabalho de 80 pessoas. “Ela arranca a batata e já faz a separação, elimina a terra e fazendo uma pré-classificação, já mandando para armazenamento ou para venda comercial”, afirmou o consultor de vendas Jesiel Costa. No Brasil, já foram importadas mais de 30 máquinas, sendo que cinco delas já estão na região. “Acredito que a proporção para esse ano é de umas 10 máquinas e, para o ano seguinte, umas 15”, afirmou Costa.
Por enquanto, o investimento é para grandes produtores que tenham, pelo menos, 350 hectares plantados. “Em um ano, ele deixa de pagar para os trabalhadores algo em torno de R$ 500 mil, além de recolhimento para a previdência, de imposto de renda retido na fonte”, destacou o secretário da Associação dos Bataticultores, Lenoir dos Santos. O administrador Eduardo Falcão Costa comprou a colheitadeira no ano passado e reduziu de 100 para 30 o número de funcionários na propriedade. Essa será a segunda safra com colheita mecanizada. “A partir de julho do ano passado a gente investiu na colheita mecanizada e até agora 100% de sucesso. Já retornou a máquina em menos de um ano”, destacou.
Facilidade de crédito
O que favorece a venda dos equipamentos e a facilidade em conseguir crédito, com pagamentos a longo prazo. “As opções são maiores e as linhas de crédito que o governo disponibiliza estão maiores, com juros mais acessíveis. Então vários produtores estão buscando a mecanização”, afirmou o presidente da Cooperbatata Regis Dotta. Para a Associação dos Bataticultores, a cidade vai sentir o impacto da mecanização em breve. “Esse dinheiro que ia para o trabalhador e ia chegar no comércio, acaba não chegando. Nós somos uma cidade agrícola”, disse Santos. Os pequenos e médios produtores já pensam em saídas para acompanhar a tendência no campo. “Quem tem uma menor produção, teria que fazer um investimento com outros produtores para adquirir uma máquina dessa”, afirmou o produtor rural Júlio Cesar Gomes.
Alternativas aos trabalhadores
De acordo com a Prefeitura de Vargem Grande do Sul, o posto de atendimento ao trabalhador mantém parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para cursos destinados ao trabalhador. Além disso, está sendo firmado um convênio com os Ministérios do Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário para capacitar pequenos produtores.(portal G1 São Carlos e Araraquara)
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