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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Escorpiões causam medo em moradores de São João

Coordenador do CCZ fala sobre estes animais e dá dicas de como combatê-los. Picada pode levar a morte
Nas últimas semanas, moradores de São João da Boa Vista têm denunciado uma possível infestação de escorpiões pela cidade. Na tarde da última terça, por exemplo, um escorpião foi encontrado e recolhido por um comerciante nas imediações das ruas Ademar de Barros e Wandenkolk, no centro de São João.

Segundo chefe do Centro de controle de Zoonoses de São João, Roberto Hoffmann, escorpiões são conhecidos na área urbana em São João praticamente desde os primórdios da ocupação do território. “As principais áreas infestadas são as margens do córrego São João até onde deságua no Rio Jaguari e linha férrea, São Lázaro e Centro”, comenta o coordenador. Hoffmann completa que, mais recentemente, foram encontrados escorpiões no bairro Nova São João, área de ocupação que é relativamente recente. O coordenador do CCZ observa que o número de notificações vem aumentando nos últimos anos. 

“O escorpião, muito resistente e de difícil controle, vem encontrando situações ambientais favoráveis como a degradação do ambiente, as galerias de águas pluviais e de esgoto que crescem com a cidade e o descaso com a manutenção dos imóveis, fora o lixo e o entulho que são jogados em qualquer lugar”, justifica Hoffmann. A picada de escorpião pode causar a morte de crianças, de pessoas idosas ou debilitadas. Estes animais são peçonhentos e acidentes por picada são eventos de notificação obrigatória.
 
Como vivem 
 Escorpiões são animais perfeitamente adaptáveis, resistentes e de difícil controle.  “Venenos causam pouco efeito contra eles, pois são resistentes e tem estratégias de defesa”, explica Roberto Hoffmann. A base do controle dos escorpiões é o manejo ambiental pela eliminação de abrigos - entulho, restos de materiais de construção, madeiras, galhos, edificações deterioradas com porões e rachaduras, etc. Também há o controle pelo seu principal alimento, a barata.O CCZ faz orientação ao público e mapeamento dos casos. “Entregamos um impresso com informações para prevenir a infestação e acidentes e fiscalizamos imóveis que mantém condições inadequadas de higiene”, conta o coordenador. Mas tudo isso não adianta se não houver a participação e mobilização das pessoas.
 
ESCORPIÕES
O escorpião é um animal aracnídeo, da família dos artrópodes (patas articuladas), que possui cefalotórax e o abdômen que inclui a cauda. Para crescer, o escorpião passa por mudas, trocando seu exoesqueleto.  Por enxergar mal, ele percebe o meio ambiente através de uma estrutura -–pente-- localizada na parte ventral do tórax, que permite ao escorpião tatear o solo para sentir as vibrações de sua presa. Todo escorpião produz veneno, mas nem todo veneno é poderoso para afetar uma pessoa, tendo os efeitos apenas nas suas presas. De 1.500 espécies conhecidas no mundo, somente 25  produzem veneno com ação letal em uma pessoa.
 
OUTRAS PRAGAS
Há muitas outras pragas sazonais e de aparecimento contínuo no município, como baratas, ratos, caramujos, pombos e carrapatos, entre outras. “São chamadas espécies sinantrópicas, ou seja, que habitam de forma indesejada com o homem”, diz Hoffmann. E também estas são reflexo e consequência da interferência humana no meio ambiente, por ação e ocupação desordenada e desastrada no meio natural.  O meio ambiente e seus componentes não são estáticos. Daí decorre a reação com a extinção de algumas espécies, ou a adaptação de outras ao ambiente urbano e doméstico. “Essas são as pragas e os vetores das diversas doenças que aparecem, desaparecem e reaparecem”, finaliza Roberto Hoffmann.(O Município/Daniela Prado)

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