‘Médico do Camaro’ continua desaparecido

Segundo Polícia Civil, Leonardo Romano poderá responder por Homicídio Doloso, ou seja, teria assumido o risco de produzir os efeitos da ação

O médico Leonardo Romano, 30, está desaparecido deste o último sábado (12), quando ele se envolveu em um acidente que resultou na morte de dois jovens, na estrada que liga Aguaí a São João. Leonardo conduzia um Camaro que, de acordo com testemunhas, transitava a aproximadamente 200 quilômetros por hora e se chocou na traseira de um Gol, por volta das 6h, causando a morte de dois, dos três passageiros do veículo popular. No Gol estavam Edson dos Santos Marreiro Viana, 34, que é motorista da Prefeitura de Aguaí, e dirigia o carro, Ricardo Felipe Salvi, 20 - chapeiro em um bar de Aguai -, e a garçonete Ana Daiane Anversa, 24.

Leonardo dirigia o Camaro que colidiu com um Gol, que acabou
 com dois  ocupantes do veículo popular mortos (Arquivo Pessoal)

Edson está internado em São João da Boa Vista, com diversas fraturas, inclusive na coluna, e não corre risco de morte. Ana Daiane e Ricardo não tiveram a mesma sorte: a garçonete faleceu no local do acidente e o chapeiro no Pronto Socorro, onde foi levado para atendimento, mas não resistiu aos ferimentos. Informações preliminares indicam que o Gol tentou ultrapassar um caminhão quando foi atingido na traseira pelo Camaro, que vinha em alta velocidade. O Gol foi arrastado por um trecho e depois caiu no canteiro central da pista, enquanto o Camaro foi parar na pista em sentido contrário. No Boletim de Ocorrência do caso consta que Leonardo Romano foi atendido e levado à Santa Casa de São João, de onde desapareceu.

HOMICÍDIO

O Boletim de Ocorrência registrado do caso foi enquadrado pelo delegado de polícia Marco Aparecido Ferreira do Carmo como dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de produzir os efeitos da ação. No caso de Leonardo, ele estaria trafegando acima da velocidade permitida. De acordo com Mayriques, dentro do Camaro de Leonardo foram encontradas duas latas de cerveja e o veículo ainda apresentava forte odor etílico. Se as investigações caminharem dessa forma, Leonardo deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, sendo julgado pelo Tribunal do Júri. O inquérito deste acidente está com o delegado de Aguaí Alessandro Serrano Morcillo. “Pedi a ele que dê prioridade máxima a esta investigação”, disse Mayriques. Este caso do último sábado é semelhante ao acidente que matou o técnico de futsal Foguinho e a jogadora Paloma Reis. Os acusados de terem provocado o acidente estão presos desde julho. 

Polícia Civil deve investigar suposto favorecimento

Outro ponto que deve ser investigado pela Polícia Civil neste acidente é um suposto favorecimento pessoal. Isso porque o médico Leonardo Romano desapareceu do local do acidente minutos após a colisão. Como o Camaro não tinha condições de trafegar, em virtude dos danos provocados pelo choque, acredita-se que o motorista tenha sido retirado do local dos fatos por terceiros. A hipótese mais provável até o momento é que Leonardo tenha embarcado na viatura do Corpo de Bombeiros, que esteve no local para socorrer uma das vítimas que estava no Gol. (O Município/Franco Júnior)

O indiciado teria sido levado até a Santa Casa de Misericórdia Carolina Malheiros, de onde desapareceu. Para o delegado seccional, a atitude padrão de um militar neste caso seria aguardar para saber se a vítima seria internada. Caso contrário, deveria levá-la ao plantão policial para apresentação à autoridade. Um novo inquérito deve ser aberto para investigar esta suspeita.