Parceria entre Estado e Prefeitura é uma alternativa para melhorar a Segurança Pública do município
Bastante presente na pauta da última eleição municipal, o projeto “Atividade Delegada”, apesar de já ter sido implantado com bons frutos em outros municípios do Estado, ainda não tem previsão para chegar a São João da Boa Vista. Nele, o policial militar presta serviços ao município de forma remunerada e em seus dias de folga, contribuindo assim com o aumento da segurança nas ruas. Segundo o major Carlos Eduardo Monteiro, do 24º Batalhão da Polícia Militar, sediado em São João, nesta região apenas Casa Branca e Mococa já criaram a lei necessária para a implantação deste projeto. No caso de São João, houve apenas uma reunião com o prefeito, onde o comando do 24º BPMI explicou, de forma detalhada, como funciona a “Atividade Delegada”.
Questionada, a Prefeitura informou que tem interesse em implantar a “Atividade Delegada” em São João e confirmou que já realizou reuniões com o então comandante do 24º BPMI, tenente-coronel Ricardo Silz. “No momento, a Prefeitura elabora um estudo para a implantação da ‘Atividade Delegada’. Concluída esta etapa, o município pretende, no início de 2014, enviar o projeto de Lei à Câmara Municipal solicitando autorização para firmar o convênio com a Secretaria de Estado da Segurança Pública”, diz. A implantação da “Atividade Delegada” em São João, a exemplo do que ocorreu em outros municípios, deve ser muito bem aceita pela população já que a cidade vem tendo um aumento de alguns índices criminais, como furtos e tráfico. Além disso, questiona-se em São João que o número de policiais militares está pequeno para atender toda a demanda, que aumentou com o crescimento da cidade. A “Atividade Delegada”, é considerada por especialistas o mecanismo mais rápido para melhorar a Segurança Pública do município.
Fim dos “bicos”
A implantação da “Atividade Delegada” tem diminuído bastante os chamados ‘bicos’, que são os trabalhos realizados pelos policiais fora do horário de expediente para incrementar a renda. Na “Atividade Delegada”, também denominada de “Bico Oficial”, os municipais pagam a hora extra do policial (na carga máxima atinge R$ 1.200 por policial/mês), que continua trabalhando com toda a estrutura da PM (rádio, colete, farda e comando), mas em local apontado pelo município como foco de delito e subordinado a escala com jornada máxima de oito horas ao longo de 12 dias durante o mês, além da jornada na própria corporação. A “Atividade Delegada” garante, ainda, proteção e amparo ao policial – inclusive com indenização em caso de morte, além de rendimento suplementar que pode chegar a 50% da remuneração inicial na PM. Tais garantias não são encontradas nos chamados bicos.
Cidades têm bons resultados com a “Atividade Delegada”
Outros municípios do estado também já implantaram a “Atividade Delegada” e os resultados são positivos. É o caso de Sorocaba, a aproximadamente 100 quilômetros de São Paulo, com a atividade delegada em atuação há quase cinco meses. Segundo o assessor técnico de Segurança Comunitária de Sorocaba, o coronel Roberto Montgomery, todos os lados saem ganhando com o projeto, pois o policial militar passa a ter um respaldo do Estado com estrutura, é remunerado e não precisa fazer os conhecidos “bicos” durante suas folgas, quando está mais vulnerável. “Ele tem todo amparo legal e ainda faz um serviço importante à população.”
Em Sorocaba, a prefeitura trabalha com escalas e tem um teto de 40 policiais militares para preenchê-la. Além de fazer o serviço de segurança que já está acostumado, o policial militar trabalha com a fiscalização do comércio. Segundo dados da Polícia Militar, desde maio deste ano, quando entrou em vigor em Sorocaba, a “Atividade Delegada” fiscalizou 47 locais na cidade: 2.339 veículos foram vistoriados; 46 foram recolhidos. Os policiais apreenderam 46.153 CDs e DVDs pirateados; dez pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos. “A presença do policial militar atuando com a Prefeitura dá sensação de segurança à população”, diz o Capitão PM Vanclei Franci. Ao mês, Sorocaba gasta, em média, R$ 130 mil com o projeto. “As pessoas se sentem mais protegidas nas ruas”, explica o coronel. (O Município/Reinaldo Benedetti)
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