Páginas

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Andarilha de São João ganha destaque em rede nacional


Uma entrevista veiculada pela TV Record, na última segunda-feira (7), deu repercussão nacional ao caso de uma sanjoanense que vive em uma praça de São Paulo há mais de 20 anos.
Uma entrevista veiculada na TV Record, nesta segunda-feira (7), deu repercussão nacional ao caso de uma sanjoanense que vive que vive em uma praça de São Paulo há mais de 20 anos.

tempCelina da Silveira Pizani, de 78 anos, nem parece uma andarilha. Elegante, refinada e com um vocabulário culto, a idosa perdeu contato com a família depois da morte dos pais e do antigo companheiro, com quem viveu na capital. À jornalista Adriana Araújo, Celina disse que não se considera uma moradora de rua, acreditando que terá melhores oportunidades depois do apelo em rede nacional. Uma advogada, sensibilizada com o caso, agora tenta uma pensão junto ao INSS em favor da sanjoanense.

DA ELITE ÀS RUAS
Filha do advogado Euclides Silveira Pizani e da dona de casa Ana Cabral da Silveira, Celina foi para São Paulo há 50 anos, onde disse ter trabalhado como acompanhante. Por lá, viveu com a irmã, em um apartamento alugado no Centro, até que conheceu o marido, com quem viveu por 17 anos. Hoje, Celina não tem ninguém: “Amigos, de verdade, só tive meu pai e minha mãe”, afirmou. Mesmo com a idade avançada, Celina se recusa a procurar um asilo ou um albergue para se refugiar. Prefere encarar o perigo, o frio ou a chuva das ruas: “Não nasci para isso”, disse ela, ao ser perguntada sobre a possibilidade de morar em uma casa de assistência aos idosos.

Sem renda fixa, Celina vive de pequenos favores prestados por vizinhos e comerciantes da Praça Dom José Gaspar, nas imediações do Viaduto do Chá. Funcionários dos escritórios adjacentes financiam o almoço e a janta da sanjoanense. “A gente não pode é desanimar. Quando eu posso, vou à rodoviária do Tietê e pago R$ 7,00 por um banho”, comentou.
As noites de Celina são debaixo de uma marquise, nas imediações da rua da Consolação, ao lado de uma base comunitaria da Polícia Militar. Para chegar ao dormitório improvisado, a sanjoanense caminha vagarosamente, por 40 minutos e usa jornal para se aquecer.
Uma das pessoas que se sensibilizou com o caso foi a advogada paulistana Rose Ferreira. Ela está ingressando com um pedido, junto à Previdência Social, para que Celina possa receber uma pensão em virtude da morte de seu companheiro. Após a aprovação do trâmite, a sanjoanense pode ter proventos de um salário mínimo mensal.

BUSCA PELA FAMÍLIA
A reportagem do O MUNICIPIO começou a busca por familiares de Celina na região. Nas listas telefônicas e no registro de sepultamentos de São João da Boa Vista não há informações sobre ninguém da família Pizani. Pessoas que, porventura tenham conhecido Celina e gostariam de auxiliar nos contatos podem falar com a reportagem através do telefone 3633-1666 ou pelo site omunicipio.jor.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário