Multidão toma as ruas de Mogi-Guaçu em protesto

Manifestação pacífica contra o aumento da tarifa de ônibus e a precariedade dos serviços públicos no país reuniu cerca de 2.500 pessoas.

“Vem, vem, vem pra rua, vem contra a tarifa”. Cantando esta frase a pleno pulmões manifestantes guaçuanos iniciaram a passeata de protesto contra o preço da tarifa de ônibus na cidade, entre outras reinvindicações. O ato, composto em grande parte por jovens e estudantes, também criticou o descaso do poder público com a população, a corrupção política em todas as esferas e a PEC 37, proposta de Emenda que tira do Ministério Público a competência para investigar crimes e atribui esta função exclusivamente às polícias Federal e Civil. O movimento teve início às 16h, quando cerca de 500 pessoas que se aglomeravam na Praça Cândido Rondon, na região central, tomaram a Rua VX de Novembro em direção à Praça Antonio Giovani Lanzi, na Capela. Munida de faixas e cartazes com dizeres que aludem à insatisfação popular com a atual política brasileira, a multidão seguiu pela Avenida Nove de Abril revezando gritos de ordem e chamando a atenção de moradores e curiosos que se deparavam com a intervenção.

Conforme o movimento avançava pela avenida, o número de manifestantes crescia paulatinamente, dobrando de tamanho antes mesmo de chegar à Praça da Capela, local determinado anteriormente para concentração e encerramento do ato. Contudo, o grupo, que a essa altura já contava 2.500 pessoas, aproximadamente, ignorou o ponto de parada e prosseguiu pelas avenidas Washington Luis e Bandeirantes, interrompendo o trânsito de veículos em ambos os sentidos, até a entrada da Viação Santa Cruz, onde a passeata teve seu momento mais tenso.

Em frente à empresa responsável pelo transporte público em Mogi-Guaçu, parte dos manifestantes se sentou na entrada da companhia, enquanto outro grupo mais exaltado pulava e gritava “Fora Santa Cruz” e “Fim do monopólio”. Neste momento, temendo uma possível invasão, a Polícia Militar e a GCM (Guarda Civil Municipal), que acompanhavam o manifesto desde o seu início, formaram uma corrente de proteção em frente aos portões da empresa e foram vaiados pelos manifestantes. No alambrado que delimita o pátio da Santa Cruz ainda foram colados inúmeros cartazes contra a tarifa de ônibus cobrada pela empresa.

Dali, já por volta das 17h30, a multidão se dirigiu à SP-342, interditando a pista por 20 minutos. O tempo em que o fluxo de veículos ficou parado foi o suficiente para gerar filas de mais de um quilômetro nos dois sentidos. Depois disso, o movimento perdeu força e a multidão foi se dissipando aos poucos. Um pequeno grupo ainda levou o protesto para a frente da prefeitura e outro para a região dos Ypês, sendo totalmente finalizado no início da noite. Não houve atos de vandalismo ou confusão durante todo o manifesto, que seguiu pacífico até o fim. A passeata guaçuana se juntou a inúmeros protestos incididos nas últimas duas semanas em centenas de cidades do Brasil. O aumento das tarifas de transporte, a violência urbana, os custos da Copa do Mundo, a precariedade do serviço público, entre outros temas, são as principais críticas abordadas nas mobilizações pelo país. (portal Mogi Guaçu/Tarso Zagato)