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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Projeto pode deixar 2,7 mil desempregados na região

Proposta é de atendimento self-service nos postos de combustíveis de todo o país

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No começo deste mês, voltou à pauta do Senado Federal um projeto encabeçado por Blairo Maggi (PR-MT). Há dois anos, ele vem lutando pelo início do atendimento self-service nos postos de combustíveis do país, fato que preocupa a categoria dos frentistas. Rechaçada em outras oportunidades, a proposta teria voltado com mais força em Brasília, fato que mobilizou sindicatos que defendem o interesse dos profissionais do ramo.

Só na região de São João da Boa Vista, 2,7 mil trabalhadores podem perder o emprego caso a automatização seja aprovada. Segundo o Sinpospetro (Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo), a ideia visa somente atender aos interesses das grandes companhias distribuidoras e deixou os funcionários de postos em estado de alerta.

PROPOSTA REFORMULADA
A queda de braço entre a Federação dos Empregados em Postos de Combustíveis, da qual faz parte o Sinpospetro, e o Senado é um caso antigo. Já no governo FHC a influência das petroleiras sobre os congressistas levou à apresentação de uma proposta similar. Na ocasião, a automatização de bombas e o início do autoatendimento nos postos era uma proposta que, segundo seus idealizadores, colocava o motorista brasileiro na modernidade.

Nos anos 90, a medida foi barrada, mas retornou à Brasília através de um texto do senador Blairo Maggi, em 2014. Desde então, o matogrossense é apontado como envolvido num relacionamento pessoal com as distribuidoras de combustíveis. 

Resultado de imagem para frentistasNos últimos quatro anos, a bancada trabalhista barrou a aprovação da lei, até que, na semana passada, os sindicalistas de todo o país foram convocados para uma audiência pública em Brasília, para a qual o Sinpospetro de São João enviou representantes. “O projeto, infelizmente, voltou com força total”, constatou Orivaldo Carvalho, presidente da entidade e secretário da Federação.

Com a alta dos combustíveis, parte dos congressistas está defendendo a ideia da automatização como uma medida econômica que poderia reduzir custos para o consumidor final. O sindicato, porém, discorda: “Os donos de postos, certamente, não irão baixar o preço dos combustíveis por causa disso. A automatização custaria caro, já que são milhões de aparelhos a serem instalados em todo o país e quem arcaria com isso seria o consumidor”, advertiu
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DESEMPREGO RECORDE
Se a proposta de Blairo Maggi for acolhida a consequência imediata será a demissão em massa. Hoje, 589 mil brasileiros trabalham como frentistas. Destes, 2,7 mil estão nas 25 cidades atendidas pelo Sinpospetro de São João: “Na realidade, são 589 mil famílias prejudicadas. A consequência econômica da perda destes empregos seria muito maior do que qualquer benefício que se possa cogitar com a automatização”, contabilizou Orivaldo.

O projeto está na mesa da Comissão dos Direitos Humanos e Legislação Participativa, que fará um relatório sobre a reunião do último dia 7, o que aponta que o texto só seguirá para plenário no começo do ano que vem. Segundo a assessoria do político, “o objetivo do senador ao apresentar o projeto foi modernizar a atividade no país, trazendo tecnologia que permita o autoatendimento em postos de combustíveis, com potencial redução de custos para o consumidor”.

Para Luiz Arraes, presidente da Federação, a situação é radicalmente contrária: “A medida visa, única e exclusivamente, aumentar o lucro de quem já lucra muito”, rebateu.
Em meio aos calorosos debates, o que chamou a atenção foi a ausência do próprio Blairo Maggi. Ele foi representado por seu chefe de gabinete, Coaraci Castilho.   fonte http://www.omunicipio.jor.br/Politica/2015/12/projeto-pode-deixar-27-mil-desempregados-na-regiao.html  Por Reinaldo Benedetti

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