Após distribuir 300 mil litros de água, Prefeitura vai multar quem 'esbanjar'

Zona rural de Vargem Grande do Sul, SP, é abastecida com caminhões-pipa.

Reservatórios continuam baixos e moradores temem um desabastecimento.

Sem água, moradores não conseguem fazer os

serviços básicos (Foto: Oscar Herculano Jr/EPTV)

A Prefeitura de Vargem Grande do Sul começou a abastecer as casas da zona rural com caminhões-pipa. Nos últimos 30 dias, foram distribuídos 300 mil litros de água. Mas os reservatórios continuam baixos e para evitar desabastecimento, o Executivo agora vai multar quem desperdiçar. Três famílias compartilhavam outra cisterna que também secou. As tarefas domésticas como lavar louça e roupas ficaram comprometidas. Os três filhos da dona de casa Luciana Batista Pereira não têm nem uniforme limpo para ir à escola. “Os que vão depois do almoço não tem nem como eu dar banho para ir para a escola, por isso eu não mandei nenhum deles pra aula”, comentou.

Abastecimento

Os caminhões-pipa retiram água de um reservatório de 150 mil litros. Em um mês, 30 veículos com capacidade para 10 mil litros de água já foram para a zona rural. A Prefeitura faz o abastecimento de acordo com a necessidade de cada família, mas por causa de uma norma da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), isso só pode ser feito nas caixas e não direto nos poços ou cisternas.

Com baixo nível de água, vários pontos secam em

Vargem Grande (Foto: Oscar Herculano Jr/EPTV)

“Se as veias do poço forem abastecidas de cima pra baixo serão prejudicadas. Então quando a chuva retornar, esse poço, por estar prejudicado, não volta a minar água novamente”, explicou o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE), Sandro Luis Chiavegato.

A vendedora Elisabete Aparecida Salgueirosa teve que investir para tentar encontrar água. “Já afundou a cisterna há um mês e continua do mesmo jeito e continua do mesmo jeito a falta d’água. A bomba está puxando muita terra e não está tendo água, é muito pouco”, relatou.

O investimento foi alto. “A gente comprou duas cisternas, pagou R$ 500 em cada. E não sou só eu que sofro com esse problema, tem mais casas lá pra trás e todos afundaram a cisterna, o problema é geral”, lamentou Elisabete.

Queda

Dados meteorológicos indicam que de janeiro a julho deste ano o acumulado de chuvas em Vargem Grande do Sul foi de 406,5 milímetros e no mesmo período de 2013 foi de 939,5mm, mais que o dobro. A barragem que abastece a cidade está numa situação crítica, com 30% abaixo da capacidade. No local são tratados 12 mil litros de água por minuto. Se a represa estivesse cheia, o Rio Verde passaria por cima, ponto que agora está seco.

Multas e notificações

Por enquanto, o racionamento está descartado na cidade, mas o superintendente do SAE disse que os moradores são fiscalizados. “Nós estamos colocando a população em alerta sobre o desperdício de água, como lavar calçada, carros e ruas. Então, por enquanto, os fiscais do SAE estão notificando a população para que não haja desperdício e a partir do dia 1º de setembro vamos começar a multar e não mais notificar”, afirmou Chiavegato.  fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/08/apos-distribuir-300-mil-litros-de-agua-prefeitura-vai-multar-quem-desperdicar-vargem-grande-do-sul.html