Aventureiro realizou sonho de infância ao entrar na arena da Festa do Peão.
Dois anos e 45 dias após ter iniciado uma jornada de 16 mil quilômetros entre Canadá e Brasil a cavalo, o jornalista Filipe Masetti Leite, de 27 anos, finalmente chegou à Festa do Peão de Barretos (SP) neste sábado (23). Com uma entrada apoteótica na arena, com direito a show pirotécnico, hinos nacionais e recepção da família, o “Cavaleiro das Américas”, como ficou conhecido mundialmente, disse que o desafio foi compensador. “É a realização de tudo o que sonhei.”
Um sonho que começou há muito tempo, quando Leite ainda tinha 10 anos e ouviu do pai a história do aventureiro suíço Aimé Tschifelly, que na década de 1950 cavalgou da Argentina aos Estados Unidos. Morando no Canadá desde criança, onde também se formou como jornalista, o brasileiro decidiu que escreveria uma biografia semelhante e começou a traçar os planos para atravessar as Américas em cima de um cavalo.
A viagem começou em Calgary, no Canadá, em 8 de julho de 2012, quando Leite e mais três cavalos partiram rumo a Barretos, onde acontece o maior e mais tradicional rodeio da América Latina. Quase dois anos depois, em 30 de abril desse ano, após passar por 12 países, o cavaleiro era recepcionado com festa em Corumbá (MS), a primeira parada em terras brasileiras. De lá para cá, continuou cavalgando determinante até chegar à Festa de Barretos.
Recepção
Leite chegou ao Parque do Peão, às margens da Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), no fim da tarde de sábado. Após um breve descanso, foi recepcionado na arena de rodeios, já durante a noite. Uma festa emocionante, com direito a show pirotécnico, levantou o público nas arquibancadas e contou com a presença de comitivas, artistas e da rainha da Festa, Juliana Leme. “Estou muito emocionado, chorei o dia inteiro. Não consegui dormir um minuto na noite passada. É difícil acreditar que meu sonho está se concretizando.”
Um monumento em homenagem ao cavaleiro também foi erguido dentro do Parque do Peão: a estátua representa Leite e seus três cavalos. Ele contou que apesar de atravessar desertos, enfrentar temperaturas diversas e superar muitas dificuldades ao longo do trajeto, nunca pensou em desistir.
“Eu guardo uma gratidão enorme pelas pessoas que foram solidárias comigo. Estou aqui graças à ajuda de milhares de pessoas que encontrei pelo caminho. Pessoas que mataram a única galinha que tinham no quintal para eu comer. Isso é maravilhoso, saber que existem pessoas boas e solidárias no mundo inteiro”, afirmou Leite.
A aventura do “Cavaleiro das Américas” foi contada em tempo real pela internet. Agora, vai se transformar em documentário e livro, previstos para serem lançados no início do próximo ano. Mas a jornada ainda não acabou. Leite percorrerá mais alguns quilômetros até sua cidade natal, Espírito Santo do Pinhal (SP), onde os animais serão aposentados na fazenda do pai.
Novos projetos
O cavaleiro também não pensa em voltar mais para o Canadá. Leite conta que planeja ficar no Brasil e trabalhar na profissão que escolheu, o jornalismo. Isso, até decidir qual será o próximo desafio. Amante das cavalgadas, não descarta uma nova aventura pelo mundo em companhia dos animais. “Eu aprendi que tudo é possível quando você quer alguma coisa. Pode ser difícil às vezes, mas se você quer mesmo, com a alma, com o coração, consegue qualquer coisa.” fonte: Adriano Oliveira/Do G1 Ribeirão e Franca
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