São João não sofre com falta de água

Gerente da Sabesp afirma que população sanjoanense gasta três vezes água que o normal

“Não vai precisar fazer racionamento de água em São João da Boa Vista se nós conseguirmos continuar ou diminuir o mesmo padrão de consumo”. A afirmação é do diretor regional da Sabesp, José Márcio Carioca. Ele apontou que o município não precisará tomar a mesma medida adotada em algumas cidades do Estado de São Paulo, inclusive na própria capital.

A média de consumo diário em São João da Boa Vista é de 150 litros de água para cada cidadão. Mesmo assim, o gerente aponta que o consumo a ser mantido é de até 200 litros de água/dia por sanjoanense.

“A Sabesp trata em média 330 litros por segundo em São João da Boa Vista. Isso é o suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes [cerca de 110 mil a mais que a população de São João]. Se cada habitante consumir 200 litros de água no dia, o que é uma quantidade imensa, ainda assim, com a vazão que tratamos no município, abasteceríamos uma cidade de 208 mil habitantes”, analisou.

Carioca explica que a quantidade aparentemente difícil de ser alcançada é ultrapassada facilmente em caso de uso abusivo. “A cada descarga se gasta dez litros de água. Se for jogado papel ou algum objeto no vaso sanitário que tenha dificuldade de descer e for preciso, por exemplo, apertar a descarga por várias vezes, só ai o cidadão gasta a cota diária dele em minutos ou até em segundos”, frisou.

DESPERDÍCIO

Em São Paulo, a presidente da Sabesp, Dilma Pena, declarou a alguns órgãos de imprensa nesta semana que um quarto da água tratada pela Companhia de Saneamento na capital paulista é desperdiçado pela população. Questionado quanto à realidade da cidade, Carioca revelou que “São João da Boa Vista está gastando três vezes mais água do que normalmente gasta”.  

“A palavra desperdício é muito forte, mas podemos dizer que o cidadão está tendo um uso de água que não é cuidadoso. Não digo isso em relação à Sabesp, digo por questão de cidadania, porque nunca vimos um janeiro com um calor desse e com chuvas escassas. É preciso respeitar e fazer um consumo cuidadoso da água”, alertou.

Cidade vive pior ausência de chuvas desde 1943

A falta de chuvas em São João da Boa Vista no mês de janeiro deste ano é considerada pela Sabesp como a pior situação vivida pela cidade deste 1943. Isso porque, a média de chuvas no primeiro mês do ano é de pouco mais de 300 milímetros (mm). Média esta que não se repetiu em janeiro de 2014, que registrou apenas 75 mm.

A falta de chuvas de São João só não é pior do que a de Espírito Santo do Pinhal. Segundo a Companhia de Saneamento, na cidade vizinha choveu apenas 7 mm em janeiro. Mesmo com a escassez de quedas d’água, o gerente regional da Sabesp, José Marcio Carioca, garante que não será preciso racionamento.

“A Sabesp continua tratando a mesma quantidade de água dos últimos meses e a população atual permanece a mesma neste período. Ou seja, não tem sentido falar em falta de água e em desabastecimento. Essa situação só ocorre se houver desperdício”, descreveu. De acordo com o gerente, a falta de água que ocorre em alguns pontos da cidade não é devido a racionamentos, mas sim ao “excesso de consumo”.

“Quando as pessoas nas partes mais baixas lavam calçadas, por exemplo, falta água para alguém nas partes mais altas. Todo desperdício em um ponto causa deficiência em outros pontos, mas isso não é uma falta de fornecimento de água para a população. Pode ocorrer paralisação do abastecimento devido a reparos nas redes distribuidoras por vazamentos e por outros motivos. Mas não há falta de água em São João”, analisou.

Sabesp pode dar desconto por economia

O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta semana que “as pessoas que economizarem 20% da água, terão 48% de desconto, ou seja, a conta d´água reduz praticamente pela metade”. Esta medida imposta pelo governador é válida para a capital paulista. Em São João da Boa Vista, o gerente regional da Sabesp, José Márcio Carioca, revela que já estuda adotar o mesmo procedimento na cidade e também na vizinha Espírito Santo do Pinhal. No entanto, a porcentagem a ser descontada ainda não foi analisada, pois “depende da direção da empresa”.

“Me comprometi com a população de Pinhal e me comprometo agora com a de São João para analisar isso junto à direção da Sabesp, para conseguirmos fazer esse tipo de incentivo. Acho válido estimular, pois as pessoas fazem um certo sacrifício para economizar água, deixarem de ter algum luxo como lavar menos a calçada, o carro, entre outros”, comprometeu-se o diretor. (O Município/Franco Junior)