Sacerdote, hoje arcebispo do Rio de Janeiro, nasceu e iniciou a carreira religiosa na cidade de São José do Rio Pardo
Dom Orani Tempesta ao lado do papa Francisco, na JMJ (Foto: O Globo) |
Uma das nomeações mais aguardadas entre os católicos brasileiros vai acontecer no próximo dia 22 de fevereiro, no consistório do Vaticano. A reunião de cardeais não deve terminar sem a nomeação de um novo purpurado para representar o país: Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. O presidente do Comitê Organizador da Jornada Mundial da Juventude, que nasceu e iniciou sua carreira religiosa em São José do Rio Pardo, é tido como nome certo entre os purpurados, desde o fim do encontro do Rio de Janeiro. Na ocasião, o próprio Papa Francisco, em seu discurso de agradecimento em Copacabana, tratou o sacerdote como “Cardeal Orani”, arrancando aplausos da multidão.
DETALHES DA ESCOLHA
Não foi por acaso que o Papa Francisco “promoveu” Dom Orani no palco da JMJ. O Pontífice dificilmente confundiria os cargos dos integrantes do alto clero. Acredita-se que, de fato, Francisco tenha adiantado o resultado do consistório marcado para o próximo mês de fevereiro. Na verdade, Dom Orani já deveria ter assumido o cardinalato desde a reunião anterior, em 2012. Porém, Dom Eusébio Scheidt, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, ainda não havia completado 80 anos de idade e, segundo o Código Canônico, continuava tendo direito a voto num eventual conclave (que veio a acontecer em março de 2013). Embora não haja uma determinação expressa sobre o assunto, a Igreja Católica evita manter, no Colégio de Cardeais, dois votantes membros de uma mesma diocese.
Outro arcebispo brasileiro que também deve ser nomeado em fevereiro é o ex-núncio apostólico Dom Lorenzo Baldisseri, que foi secretário do Colégio de Cardeais durante o Conclave que elegeu o Papa Francisco. Ao ser eleito, o argentino recebeu os paramentos das mãos de Dom Lorenzo e retribuiu com um gesto imbuído de especial significado: tirou o solidéu vermelho, exclusivo dos cardeais, e o colocou sobre a cabeça do brasileiro. Outros arcebispos do Brasil, ainda apontados como possíveis escolhidos, tem seus nomes pouco ventilados em Roma. São eles: Dom Sérgio da Rocha, de Brasília, e Dom Murilo Krieger, de Salvador.
UM CARDEAL “JOVEM”
Nascido em 1950, Orani João Tempesta é de São José do Rio Pardo e iniciou sua vida religiosa aos 17 anos, quando ingressou no Mosteiro de Nossa Senhora de São Bernardo. De lá, seguiu para os estudos eclesiásticos em São Paulo, passando pelo Mosteiro de São Bento e pelo Instituto Teológico Pio XI. Aos 24 anos, foi ordenado padre pelas mãos do bispo Dom Tomás Vaquero, em Rio Pardo. Foi prior e abade do Mosteiro onde estudou e, em 1997, foi nomeado bispo de São José do Rio Preto, pelo Papa João Paulo II.
Em 2004, tornou-se arcebispo de Belém do Pará, onde permaneceu até 2009, quando foi nomeado para a mesma função, no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2013, após a renúncia de Bento XVI, Dom Orani falou sobre a possibilidade do cardinalato: “É uma expectativa mais do povo, do que minha”, afirmou. (O Município/Hediene Zara)
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