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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Pais de bebê que morreu em creche e diretora depõem em Mogi Guaçu

Padrasto diz que médico achou vestígios de alimento em pulmão da criança.


Depoimentos ocorreram na Delegacia de Defesa da Mulher e duraram 3 h.


Bebê Miguel de Godoy morreu após passar mal em
creche de Mogi Guaçu (Foto: Reprodução EPTV)
Os pais do bebê de 1 ano que morreu em uma creche particular de Mogi Guaçu (SP), além da diretora da escola, foram ouvidos pela Polícia Civil por três horas durante a tarde desta quarta-feira (11), na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Segundo a família da vítima, o médico legista que fez o exame necroscópico da criança informou que havia vestígios de alimento no pulmão de Miguel de Godoy, provavelmente de banana ou "papinha" feita com a fruta. Um laudo preliminar indicou que o óbito foi causado por asfixia mecânica.
"Houve negligência. Falaram que é um negócio parecido com banana, leite com banana, uma gosma. Quem dá banana na mão de uma criança de um ano? Ninguém, só uma pessoa irresponsável", critica o padastro do bebê, Alexandre Barbosa. A criança morreu na segunda-feira (9) e, segundo a família, foi o primeiro dia que ele frequentou a creche. O corpo de Miguel de Godoy foi enterrado no Cemitério Municipal de Andradas (MG).
A EPTV, afiliada da TV Globo, conseguiu a transcrição do depoimento prestado pela diretora da creche. Ela alegou à polícia que a criança não foi alimentada durante o período. Ao lado de um advogado, ela preferiu não concender entrevista até a publicação desta reportagem.
A monitora da escola, segundo a Polícia Civil, deve ser ouvida na segunda-feira. O médico que socorreu a vítima também prestará esclarecimentos, mas a data não foi confirmada. Nesta quarta-feira, a delegada responsável pelo inquérito, Raquel Gadiani, preferiu não falar sobre o caso. A morte foi registrada como homicídio culposo - quando não há intenção de matar.

Falha na comunicação
No relatório de ocorrência do Corpo de Bombeiros consta uma divergência de informações. A corporação foi acionada pelo número 193 às 16h20 e chegou à creche quatro minutos depois, mas Miguel já estava inconsciente. Segundo o sargento José Ferreira, a corporação não foi informada de que a criança estava engasgada, o que poderia ter reduzido o risco de morte.

"Quando fizeram a ligação, eles passaram a ocorrência como sangramento, e não como engasgamento. Nosso atendente poderia ter orientado o solicitante a fazer a manobra [para desengasgá-lo]. Isso seria vital", explicou.

Alvará
A assessoria da Prefeitura afirmou na tarde de terça-feira que uma equipe da Vigilância Sanitária foi até a creche para fazer uma vistoria e interditá-la, mas o local estava fechado e nenhum responsável foi encontrado para receber a notificação.

Embora desconheça a data de início de funcionamento da escola, a Prefeitura afirmou que a empresa foi notificada em junho de 2012 a apresentar os documentos que faltavam para obter o alvará de funcionamento. Entre os documentos, a administração municipal havia exigido um laudo de avaliação da Vigilância Sanitária, que deveria vir acompanhado da planta do prédio e das atividades feitas no local.

Segundo a Prefeitura, o Hospital Municipal Doutor Tabajara Ramos vai se manifestar sobre o caso após divulgação do laudo do IML, previsto para daqui a 30 dias. "Foram empreendidos todos os esforços para reanimar o bebê na UTI, onde ele chegou a ser entubado. Infelizmente, os esforços empregados acabaram não resultando em êxito", diz a assessoria. (G1/Campinas e região)

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