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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Protestos e CPI evidenciam problemas no setor de Saúde em São João

O setor de Saúde de São João da Boa Vista tem sido constante alvo de críticas da população. Hoje, uma CPI instaurada pela Câmara Municipal apura irregularidades.  O Departamento de Saúde, a exemplo do que ocorre em todo o sistema público de saúde no Brasil, enfrenta dificuldades no atendimento de Urgência e Emergência. Paralelamente ao desfile cívico realizado em São João, no último sábado, organizado para comemorar a Independência do Brasil, o grupo de ativistas sanjoanenses, denominado “Acorda São João”, fez uma manifestação pacífica, com direito a bonecos do prefeito Vanderlei Borges de Carvalho e do vereador José Eduardo dos Reis (PSB). Os bonecos foram colocados estrategicamente em frente ao palanque de autoridades, na Avenida Dona Gertrudes, em frente à escola Joaquim José, para que pudessem ser vistos pelos presentes.

A manifestação, ocorrida durante o desfile, aconteceu também em outro evento semelhante: no dia 24 de junho, data do aniversário de São João. Na oportunidade, os ativistas carregavam uma faixa com os dizeres: “Queremos CPI na Saúde Já”. A crítica atual do “Acorda São João” é quanto ao presidente da CPI, José Eduardo, e ao prefeito, pois ambos alegam que o setor da Saúde na cidade não tem problemas. No caso de José Eduardo, a insatisfação está no vereador presidir a CPI e trabalhar no Pronto Socorro da cidade, o que na opinião do grupo, seria inapropriado, pois o médico estaria à frente da uma Comissão para descobrir possíveis irregularidades na área em que atua.

POPULAÇÃO E PREFEITURA

Entre as maiores reclamações estão o descaso no atendimento,  falta de  qualificação de funcionários, instalações, má gestão do setor e a ausência de transparência da administração municipal. A advogada sanjoanense, Keila Juris, diz que o setor de Saúde necessita qualificar seus funcionários. “Não há um departamento ou atendimento que esteja adequado para atender ao povo”, constata. Segundo o Departamento de Saúde, em São João da Boa Vista, o Pronto Socorro Municipal atende, em média, 350 pessoas diariamente, sendo que desse total, apenas menos de 10% são casos de urgência e emergência. Dados de produção do PSM demonstram que a maioria dos atendimentos não possuem nenhuma gravidade, podendo ser atendidos na rede básica de saúde do município.
“Por uma questão cultural, os usuários recorrem ao atendimento de urgência e emergência, na maioria das vezes, sem necessidade”, adverte a Diretora Municipal de Saúde, Lia Bissoli.
A administração municipal alega que tem feito melhorias para desafogar o atendimento como a reforma e ampliação da Unidade de Saúde do bairro do Durval Nicolau, a reforma do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador – CEREST, a implantação do novo serviço na área de odontologia, o Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, a reforma da Unidade de Saúde do Recanto do Jaguari; e a transferência da Farmácia Central da Unidade de Saúde do Rosário para as instalações do Pronto Socorro Municipal. Outra obra é a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, cuja capacidade será de cerca de 150 urgências/ dia, de toda a cidade.                

Conferência Municipal de Saúde acontece dia 15 de setembro
A 8ª Conferência Municipal de Saúde será realizada no próximo dia 15, das 8h às 17h, no auditório do UniFAE, com o objetivo de ampliar a participação e controle social nas políticas públicas, ouvir a população e oferecer propostas e soluções de melhorias para área. Aberto ao público, o evento tem a organização da Prefeitura, por meio do Departamento de Saúde e Conselho Municipal de Saúde. Está programada a participação de associações de portadores de necessidades especiais, associações comunitárias, associações de sindicatos de trabalhadores, associações de sindicatos patronais, prestadores de serviços de saúde, representantes de movimentos sociais e populares organizados (Movimento Negro, GLBTTS), representantes de gestores da saúde, representantes dos trabalhadores de saúde, unidades de saúde, outros departamentos municipais e moradores de bairro. “A Conferência é uma grande oportunidade para a população se manifestar”, destaca a Diretora de Saúde, Lia Bissoli.(O Município/Eduardo Vella e Franco Junior)    

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