MENINAS DE 10 ANOS
A meta do Ministério da Saúde será cobrir pelo menos 80% do público-alvo, estimado em 3,3 milhões de meninas. Para tanto, uma campanha de informação deve ter início já no segundo semestre desse ano, com foco não só nas meninas mas também em professores e suas famílias. O governo escolheu a faixa etária 10 e 11 anos para garantir que as meninas estejam imunizadas antes do início de qualquer tipo de atividade sexual. Isso porque o vírus do HPV pode ser transmitido por diversas formas de contato íntimo, mesmo sem que haja uma relação sexual de fato. Segundo Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde da pasta, uma pesquisa feita em 2012 com escolares identificou que 18,3% das meninas da 9ª série do ensino fundamental (13 a 15 anos) já tinham tido relações sexuais, índice que subia para 25,5% na região Norte. Uma das preocupações do governo, que deve ser alvo da campanha de informação, é fazer com que as meninas e suas famílias entendam que, mesmo após a vacina, continua sendo necessário o uso da camisinha e as idas freqüentes ao ginecologista. "A menina não pode ficar com a ilusão que a vacinação dispensa a camisinha.
A vacina não protege contra HIV, contra a gravidez indesejada. Além disso, protege para a maior proporção dos tipos de câncer, mas não protege 100%", diz Barbosa. Segundo ele, estima-se que a vacina tenha efetividade acima de 90% na proteção do câncer --o que só poderá ser comprovado nas próximas décadas, já que essa é uma doença que o câncer leva muitos anos para se desenvolver. Barbosa afirmou que a pasta ainda estuda a oferta dessa vacina para meninos, o que pode ocorrer no futuro. E, mesmo sem vacinar todos os adolescentes do país, a vacina deverá oferecer uma proteção "de rebanho" por diminuir o potencial espaço de circulação do vírus, explica o ministério. "Os Estados Unidos vacinaram 35% das meninas. Mesmo assim, um estudo publicado há duas semanas, mostrou que a prevalência do HPV teve redução de 52%", afirma Barbosa.
DOSES NA ESCOLA E NO POSTO
A vacina escolhida pelo governo brasileiro foi a da empresa americana MSD. Ela protege hoje contra quatro subtipos do vírus, dois relacionados ao câncer e dois a verrugas genitais. O laboratório testa, hoje, a ampliação dessa vacina para que ela proteja contra nove subtipos.
"Estamos oferecendo a melhor vacina para o HPV, quase 75% do que se aplica de vacina contra o HPV no mundo inteiro é essa vacina. E já temos compromissos de transferência da nonavalente", afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. (portal UOL)
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