Vítima deixou bilhete apontando suspeito do homicídio que ocorreu em 2006.
Réu está em liberdade desde 2010 depois de ficar preso por quatro anos.
O júri do veterinário de São João da Boa Vista (SP) acusado de envolvimento na morte de um estudante de 22 anos foi retomado na manhã desta quinta-feira (6), sem previsão de encerramento. O julgamento teve início na manhã de quarta-feira e foi suspenso pelo juiz após 13 horas de duração. O júri já tinha sido adiado três vezes Jorge Nicolau é acusado de mandar matar o estudante de Vargem Grande do Sul Luiz Hernani Prado, em janeiro de 2006. A vítima foi encontrada morta a facadas dentro de uma cisterna perto da fazenda do veterinário. Entre as suposições do crime, está o envolvimento amoroso entre os dois. Antes do homicídio, o jovem deixou um bilhete dizendo que, caso morresse, o mandante seria o veterinário.
Nicolau responde em liberdade desde 2010 beneficiado por um habeas corpus depois de ficar preso por quatro anos. O réu chegou ao Fórum da cidade acompanhado da filha e de uma prima.Testemunhas já foram ouvidas e o réu já foi interrogado. Ele disse que estava sendo extorquido pela vítima, mas negou participação no crime. Agora, é a vez de defesa e acusação debaterem o caso.
Família da vítima
A família da vítima não tem dúvidas do envolvimento do veterinário no crime. “Nós esperamos que seja uma condenação justa nos moldes em que estão no processo, de acordo com as provas que estão ali encartadas e que serão submetidas ao conselho de sentença”, falou o advogado da família, João Carlos Felipe.
Adiamento
A pedido da acusação, o júri popular do caso já foi adiado três vezes. Na última delas, uma das testemunhas de acusação apresentou um atestado que comprovou sua impossibilidade de comparecer ao Fórum. Por ser considerado um depoimento importante, a promotoria decidiu adiar o julgamento para o dia 5 de junho.
O crime
Durante as investigações, o nome de Jorge Nicolau apareceu como um dos suspeitos do crime por causa de um bilhete deixado por Luiz Hernani, com os dizeres: “Se eu morrer, foi um homem chamado Jorge”.
No final do bilhete, também tinha o número de um telefone, que a polícia descobriu ser do veterinário. Luiz Hernani teria comentado com amigos e família que estava com um homem rico e famoso da região. O veterinário negou o envolvimento. Ao longo das investigações, a polícia chegou à participação de José Fernandes da Silva, o “Paraíba”, funcionário do veterinário. Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) prenderam Silva em uma estrada rural que liga Garanhuns à Iati, no estado de Pernambuco. Silva contou à polícia que chegou a São João da Boa Vista no dia 24 de dezembro de 2005, trabalhou alguns dias na fazenda do veterinário e assassinou o estudante. Silva foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver. O veterinário ficou preso durante quatro anos em Mogi Mirim, mas conseguiu um hábeas corpus do Superior Tribunal de Justiça e foi solto em 2010. Atualmente, mora em São João da Boa Vista, onde tem uma vida discreta e continua a atuar na área. Ele nega envolvimento com o crime. (portal G1)
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