Serviço de Controle de Zoonoses nega que animal tenha sido maltratado.
O cachorro matou a própria dona, uma farmacêutica de 35 anos.
O pit bull que matou a própria dona em Itapira (SP) no início desse mês sofreu maus-tratos enquanto esteve no Serviço de Controle de Zoonoses da cidade, disse o fundador da entidade Santuário Pit Bull, Paulo Melo, nesta quarta-feira (17). Segundo ele, 15 pessoas já demonstraram interesse em adotar o animal, que foi levado esta semana para o local, em Embu-Guaçu (SP). Lex, como é chamado, atacou a própria dona, a farmacêutica Bárbara de Oliveira, de 35 anos, na casa dela na noite de 5 de abril, Bárbara estava apenas com o cachorro em casa e morreu sem atendimento médico.
O animal ficou dez dias no canil em Itapira e, segundo Melo, foi levado para a entidade na terça-feira (16). Ele afirma que exames feitos em uma clínica veterinária de São Paulo constataram que Lex está abaixo do peso, com marcas de queimadura de cigarros e hematomas pelo corpo.
Ainda segundo o fundador da entidade, o peso normal de um pit bull adulto é de 25 quilos, enquanto Lex foi encontrado com 14 quilos. "O que eles fizeram foi desumano. Ele passou dez dias sem água ou comida, ainda estava com o sangue dela (dona) ainda, mal deram um banho", afirmou. O animal está em fase de recuperação. Melo disse que não há relatos de maus-tratos ao cachorro pela família. "As fotos no perfil em redes sociais da própria dona mostram que ele era bem cuidado. O que aconteceu foi uma tragédia. Não se sabe o que se passou dentro da casa", falou.
Zoonoses nega maus-tratos
Para conseguir a retirada de Lex do canil, a entidade entrou em contato com a família de Bárbara, que autorizou que o cão fosse encaminhado para adoção. O veterinário do Serviço de Controle de Zoonoses de Itapira Rodrigo Bertini, afirma que o cão não sofreu maus-tratos e permaneceu sozinho durante dez dias com água e comida disponíveis. Segundo Bertini, as marcas pelo corpo do animal podem ser de uma dermatite, decorrente da queda de imunidade do animal. O veterinário afirmou ainda que o cão saiu do isolamento apenas para a colocação de um chip. Sobre a presença de sangue no corpo do animal, ele disse que não poderia dar banho no cão. "As pessoas confundem o que a zoonoses faz. Nossa função é zelar pela vida do ser humano e não do animal. A verba vem do SUS para cuidar das pessoas, não para cuidados veterinários em animais", diz Bertini.
Adoção
O fundador da entidade Santuário Pit Bull disse não acreditar que um cão seja responsável por ataques, pois esse não é o comportamento padrão da raça pit bull. Ele afirmou que levará Lex para fazer exames, que irão avaliar se o bicho sente algum tipo de dor. "É lógico que em cima de tudo que aconteceu tenho que fazer esse trabalho de temperamento", falou Melo.
Investigações
O investigador da polícia Daniel Portilho disse que o laudo preliminar mostra que o cachorro mordeu todo o corpo da vítima, em especial do lado direito do pescoço, onde um pedaço da pele foi arrancado. Contudo, ainda não foi determinada a causa do ataque. Segundo ele, um trabalho difícil porque não há testemunhas. O laudo completo deverá ser divulgado em maio. (portal G1)
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