A distribuição de gás de cozinha para as revendas de São João da Boa Vista está racionada e os estoques começam a zerar, ou seja, pode faltar gás de cozinha para o consumidor nos próximos dias. Os revendedores da cidade revelaram ontem que, há pelo menos três dias, recebem quantidades muito abaixo da demanda dos consumidores. Uma grande revenda em São João da Boa Vista, há dois dias não manda para ruas o carro de gás que comercializa porta a porta. Em virtude do racionamento, a empresa optou por atender somente pelo disque gás.
O proprietário, que pediu para não ser identificado, comenta que recebe normalmente da distribuidora 200 botijões, mas ontem só foram entregues 60. “Está vindo racionado, 30% do que seria normal vir e não estão conseguindo atender a demanda”, avalia. Ele comenta que não possui estoque de reserva. O racionamento da distribuidora para as revendas se alastrou pela cidade. Diversos revendedores de marcas diferentes dizem que os estoques estão no fim devido ao racionamento. Um revendedor comenta que a baixa na entrega do produto em São João da Boa Vista é para suprir também a demanda na região. “Não é só Ultragaz. Para as outras revendas também está acontecendo isso”, explica. Ele comenta que trabalhou esta semana porque conseguiu gás de cozinha com outras distribuidoras. Na Ultragaz chegou primeiro (racionamento) porque tem uma demanda de mercado maior. Nas outras está chegando agora. É efeito cascata”, pontua.
Sinal amarelo
O racionamento está na mira também de empresas de São João da Boa Vista que abastecem revendas buscando o gás de cozinha direto na refinaria em Paulínia. Como busca direto, um representante de uma companhia que distribui e revende em São João da Boa Vista e região, que preferiu não se identificar, admite que o controle ocorre. “Não consegue abastecer em Paulínia. Se for lá com dez caminhões, vão encher dois ou três”, pontua. Só pelo telefone A diminuição do produto entregue pelas distribuidoras e o fim da reserva obrigaram um revendedor a paralisar a venda de porta em porta para priorizar o disque gás que atende os clientes fidelizados. O revendedor, que optou por não se identificar, comenta que são três equipes circulando na rua.
Na semana passada, somente uma equipe saiu. No final de semana, a revenda só atendeu pelo telefone. “Eu prefiro priorizar o disque gás”, salienta. O revendedor possui dois depósitos em São João da Boa Vista, porém só dois funcionavam na tarde de ontem, com produto comprado em outras revendas de marcas diferentes. Política do gás Os revendedores de São João da Boa Vista não engoliram a história de que a redução da oferta do gás de cozinha se deve a uma parada programada da refinaria de Araucária (PR). Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), as distribuidoras restringiram os pedidos das revendas, ou seja, racionaram para atender a todos.
A Associação Brasileira das Revendedoras de Gás GLP (Abragás) informa que há falta de gás de cozinha (GLP) em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os revendedores de São João da Boa Vista avaliaram ontem que a falta do gás de cozinha seria uma queda de braço entre o governo federal e a Petrobras. Segundo a versão dos revendedores, o governo quer que a estatal produza mais gás de cozinha (GLP) e não importe o produto. De acordo com eles, o gás de cozinha produzido pela Petrobras seria mais caro do que o importado. Nessa queda de braço entre governo e a estatal do petróleo, haveria gás de cozinha importado barrado no Porto de Santos e à espera da nacionalização para ser misturado com o produto nacional que chega à casa do brasileiro. (portal Parabrisa/Maciel Fernandes)
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